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Protetora pede ajuda para cuidar de quase 40 cachorros

Rosimeri atua há 15 anos na causa animal, e não consegue mais suprir as necessidades dos cães que cuida; Fama ajuda com rações, mas faltam recursos para melhor apoio

Araranguá

Quase 40. Este é o número de cachorros que Rosimeri Pirola tem em sua casa neste início de 2022. Segundo ela, que é uma das protetoras cadastradas da Fundação Ambiental do Município de Araranguá, a Fama, a matilha cresceu no fim do ano passado, e agora, ela precisa de ajuda para continuar cuidando dos animais. “É muita despesa, não consigo ‘vencer’ mais. A Fama dá as castrações e ração, mas os cachorros não comem porque a qualidade é ruim”, explica.
Ela, que é protetora há 15 anos, chegou a buscar ajuda na fundação e foi ao Fórum procurar a justiça, mas até o momento, para continuar cuidando dos animais, está tendo que tirar dinheiro do próprio bolso. “O poder público não tem auxílio para protetor. Só se tiver uma ONG registrada”, relata. Só de ração, são cerca de R$900,00 por mês, excluindo as medicações e serviços veterinários, que ela consegue parcelar.
De acordo com Rosimeri, a situação é a mesma com outros protetores, que estão pensando em se unir para buscar uma solução. Aos fins de semana, ela e outros colaboradores da causa fazem doações de filhotes em um supermercado de Araranguá, porém, de acordo com ela, os mais velhos acabam ficando nos lares. “Para mim é injusto, são todos lindos. Se estão doentes, acabam como lixo”, encerra.
Quem quiser colaborar ou conhecer mais sobre o caso de Rosimeri, pode entrar em contato através do (48) 9 9945 2430.

O que diz a Fama

A veterinária da fundação ambiental, Marina Pereira, responsável pelo Bem Estar Animal, comentou sobre a situação de Rosimeri, e pontuou que não é possível, no momento, aumentar a quantidade de ração ofertada aos protetores. O valor destinado à compra do alimento para os animais é repassado pela prefeitura, que não tem como reajustar os recursos.
As porções são distribuídas conforme o número de animais de cada protetor.
Para as castrações dos animais de rua ou de famílias vulneráveis, há o desejo de aumentar o número de vagas mensais, já que a demanda é grande e não suprida pela quantidade de procedimentos. “Hoje são 100 vagas, mas de agora em diante, vamos trabalhar para aumentar para 150”, diz Marina. Ela acrescenta que a mudança só não foi feita por questões burocráticas. “Para aumentar, teríamos que suspender a atual licitação e parar as castrações. Optamos por não fazer isso por enquanto”, pontua.

Denúncias maldosas

Marina, no momento, é a única a trabalhar no setor, e registra que o número de denúncias de maus tratos e animais abandonados cresceu substancialmente nos últimos meses. Hoje, são pelo menos 5 denúncias diárias de animais que seriam maltratados por seus donos. Isso já seria bastante trabalho, se fossem todas verdadeiras. “De 100%, 30% são verdadeiras, o resto é briga de vizinhos. Já tentamos mudar isso, mas temos que ir e conferir a situação”, explica.
As falsas denúncias tumultuam as ações dentro da fundação, já que quando poderia estar ajudando no atendimento de algum animal abandonado e encaminhando os serviços dentro da Fama, Marina tem que ir até os endereços para não encontrar nenhuma situação de risco.
Quando as denúncias são reais e levam a animais em situação de risco, eles são resgatados e levados a uma clínica parceira, onde são tratados antes de serem encaminhados a lares provisórios e, posteriormente, adotados.
É o que está acontecendo com uma pitbull que foi libertada pela DIC de Araranguá nesta semana.
Os agentes foram averiguar a situação de maus tratos dando conta de que, na última segunda-feira, dia 24, havia um cão amarrado no sol escaldante e sem água ou comida disponível. Com muitos carrapatos e abatida, a fêmea da raça pitbull foi retirada da residência e encaminhada para a Fama, que providenciou o atendimento veterinário.
Neste caso, um inquérito policial será instaurado e os donos responderão por crime ambiental. A pena pode chegar a 5 anos de reclusão.