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EM GREVE: Correios de Araranguá adere o movimento

O movimento foi aderido parcialmente por 20 funcionários da agência na manhã de hoje em função da campanha salarial

Os Correios de Araranguá estão em greve desde a manhã desta quarta-feira, dia 12. O movimento foi aderido parcialmente por 6 dos 20 funcionários da agência em função da campanha salarial, para que haja um acordo coletivo. A categoria pede reposição da inflação do período, a reconsideração quanto à retirada de pais e mães do plano de saúde, melhores condições de trabalho e é contra a privatização da estatal, anunciada no mês passado pelo governo Bolsonaro.  

Samuel de Mattos, dirigente sindical do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Santa Catarina, Sintect/SC, explica que todos os problemas enfrentados pelos colaboradores são causadas pelo processo de privatização, que vem sendo implantado junto com a precarização dos serviços. “É uma greve nacional, muito forte, porque a empresa está propondo uma redução salarial muito grande, com perda de direitos, e para nós, tem a ver com o processo de privatização anunciado pelo governo. A política da empresa é enxugar os custos o máximo que der, para privatizar”, diz.

Ainda segundo ele, a greve não tem data para terminar, e se os pleitos da categoria não forem atendidos, quem sofrerá mais é a população. “Já não estamos em uma situação boa, e o processo vai piorar os serviços para o trabalhador e a população em geral. Vai prejudicar a entrega, muitas agências vão acabar sendo fechadas, muitas já estão fechando, e basicamente este é o cenário da nossa greve”, comenta.

Sobre a população, Samuel também ressalta que a greve está sendo apoiada por uma parcela da população, que compreende como os serviços estão abandonados pela empresa. “As pessoas que falavam algo era apoiando, mas nas redes sociais, recebemos muitas críticas, até mesmo relacionado ao atendimento. Isso antes mesmo da greve, porque há uma precarização trabalho já há algum tempo”, explica Samuel.

Ele relata que o último concurso para contratar funcionários foi em 2011, e que de lá para cá, 20 mil colaboradores foram demitidos. Além disso, os veículos usados para o trabalho dos funcionários estão bastante avariados, não conseguindo mais suprir as necessidades dos servidores e da sociedade. “Queremos, inclusive, aproveitar a greve para discutir isso com a população, que muitas vezes reclama, mas não sabe como funciona na prática. Queremos que os Correios volte a ser aquela empresa respeitada pela população”, conclui.

Em nota, a direção dos Correios informou que participou de dez encontros com os representantes dos trabalhadores para apresentar propostas dentro das condições possíveis, “considerando o prejuízo acumulado na ordem de R$ 3 bilhões”. Segundo a empresa, a paralisação dos funcionários agrava a situação econômica da estatal, que já é complicada, e que vem “executando um plano de saneamento financeiro para garantir sua competitividade e sustentabilidade”.

O anúncio da privatização dos Correios foi feito pelo governo federal em 21 de agosto, após reunião do Programa de Parceria de Investimentos (PPI).