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Projeto ‘Meninas Digitais’ quer equilibrar o gosto pelas exatas

De acordo com um relatório da Unesco, as adolescentes não buscam as ciências exatas na mesma proporção que os garotos. Esse comportamento tem repercussões no ensino superior, onde há um desequilíbrio de gênero nos cursos de exatas. É justamente para se contrapor a esta realidade que desde 2013 foi criado o projeto Meninas Digitais – Regional Sul – UFSC, parte do Programa Meninas Digitais da Sociedade Brasileira da Computação (SBC).

O projeto contou com o gerenciamento administrativo e financeiro da Fundação Stemmer para pesquisa, desenvolvimento e Inovação (Feesc).
O propósito deste projeto, conforme informa professora Luciana Bolan Frigo que foi a coordenadora do projeto (2013-2018), é justamente despertar o interesse e motivar alunas do ensino fundamental e médio, a conhecerem melhor a área e dessa forma, desenvolver habilidades para a busca do conhecimento, a fim de desmistificar o papel da mulher na referida área. 

Por meio dele são oferecidas palestras motivacionais, com profissionais de empresas locais, exibições de documentários e, oficinas onde a tecnologia se faz presente: como computação desplugada, desenvolvimento de aplicativos móveis, jogos digitais, robótica, domótica, montagem de circuitos elétricos e eletrônicos, entre outras atividades.

Como a senhora viu a participação da Feesc na gestão administrativa e financeira do projeto?

A Feesc forneceu todo o apoio necessário no processo de aquisição de materiais e gestão dos recursos financeiros para a realização das atividades, cobrando dos fornecedores a entrega dos produtos de forma correta e no prazo de entrega combinado. Além disso, sempre foi eficiente no processo de prestação de contas, o que garante ao coordenador do projeto uma tranquilidade para realizar as atividades propostas.

Quais foram as atividades realizadas por meio do projeto em 2019?

Durante o ano de 2019, foi realizada uma oficina no evento Computer on the Beach, de realidade aumentada, para meninas na faixa etária média de 10 anos. Além disso, palestras motivacionais tanto para as alunas da graduação quanto para as meninas da escola Maria Garcia Pessi em Araranguá.

Qual foi o impacto direto na vida destas meninas depois que participaram do projeto?

Atuar na retenção das alunas que ingressam apoiando suas atividades também é papel do projeto, e as primeiras bolsistas de graduação do projeto, se formam neste mês de agosto de 2019 no curso de engenharia de computação.


Em 2016, foram realizadas oficinas de desenvolvimento de aplicativos móveis na Escola Estadual Dite Freitas, na cidade de Tubarão. No mesmo ano, a escola participou do concurso Desafio do Conhecimento, promovido pela Revista Its. Cada equipe deveria desenvolver o protótipo de um aplicativo, uma das participantes do projeto realizou todas as etapas de desenvolvimento (protótipo, interface gráfica, programação e testes), garantindo a maior pontuação na tarefa, resultando na 3º colocação da escola neste concurso (mais de 100 escolas participantes).

O projeto Meninas Digitais UFSC ficou entre os 8 finalistas do prêmio FRIDA (Fundo Regional para a Inovação Digital na América Latina e o Caribe) no ano de 2018. Foram mais de 400 candidaturas, sendo o único projeto brasileiro selecionado na categoria: Gênero e tecnologia.