Réu foi condenado por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e corrupção de menor; crime chocou a Grande Florianópolis pela brutalidade
Um homem foi condenado nesta terça-feira (30) a 35 anos, dois meses e seis dias de prisão por matar a ex-companheira e enterrar o corpo dela embaixo do piso da casa onde viviam, em Palhoça, na Grande Florianópolis. O julgamento ocorreu no Tribunal do Júri da Comarca e acolheu, por unanimidade, a acusação sustentada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
O réu foi condenado por homicídio qualificado (motivo torpe, meio cruel, tortura, feminicídio e recurso que dificultou a defesa da vítima), além dos crimes de ocultação de cadáver e corrupção de menor. O juiz negou o direito de recorrer em liberdade.
A sessão teve a atuação da promotora de Justiça de Palhoça, Juliana Jandt, e do promotor Geovani Werner Tramontin, do Grupo de Atuação Especial do Tribunal do Júri (GEJURI). Ambos destacaram a brutalidade do crime e o histórico de violência doméstica sofrida pela vítima.
O crime ocorreu entre os dias 13 e 22 de maio de 2024, no bairro Praia de Fora. Segundo a denúncia, o homem matou a ex-companheira com golpes na cabeça, após torturá-la, e contou com a participação do filho adolescente. Em depoimento, o réu confessou o feminicídio e a ocultação do cadáver, mas tentou isentar o jovem.
Testemunhas ouvidas durante o julgamento relataram o comportamento agressivo e possessivo do acusado. Familiares da vítima confirmaram episódios anteriores de violência e ameaças. A sobrinha da vítima, Francielli Lima de Campos, que chegou a registrar boletim de ocorrência sobre o desaparecimento, afirmou após o júri:
“É uma vitória. Já é um alívio, mas a gente vai continuar na luta, não deixará a memória dela morrer”.