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Se vira nos 30

Quem lembra do Domingão do Faustão? Pois é, tinha aquele quadro famoso: “Se vira nos 30”. A galera subia no palco pra mostrar talento em trinta segundos, e era cada coisa maluca que aparecia… Mas pensando bem, a vida do brasileiro hoje tá quase igual: todo dia é um show de criatividade, correria e improviso.
Desde criança, sempre gostei de arte, de desenho, de cores… da criatividade em si. Na adolescência, sonhava em ser desenhista profissional. Depois pensei em ser arquiteto. Com o tempo, cogitei ser ator, advogado, padre, piloto de avião, policial, menudo e… bombeiro. Kkkkkk, tô brincando: nunca quis ser bombeiro, juro!
No passado, ter várias profissões ou “pular de galho em galho” não era muito bem visto. O exemplo que tínhamos dos mais antigos — aqueles que chamávamos de experientes — era fazer uma profissão e morrer nela. Simples assim. Uma vida inteira numa única função era sinal de estabilidade, honra e, aparentemente, respeito social.
Hoje, a história é outra. Quem se prende a apenas uma habilidade acaba apertado no caminho que chamamos de vida. O mundo mudou, e com ele a forma de encarar trabalho, oportunidades e criatividade. Hoje, ser versátil não é só permitido: é quase obrigação.
Tenho um amigo que trabalha de vigilante numa empresa, porteiro em outra e, nas horas vagas, corre como motoboy. Outro amigo atua como auxiliar de cozinha, dirige para aplicativo nas horas extras e ainda vende umas bugigangas numa lojinha online. “Se virar nos 30” virou rotina do brasileiro moderno — e o mais incrível é que fazem isso com um sorriso no rosto, quase como se fosse diversão.
Essa vida multitarefa exige não só disposição, mas também criatividade. Se virar nos 30 não é só correr atrás de dinheiro; é inventar, se reinventar e descobrir habilidades que a gente nem sabia que tinha. É aprender a dançar no fio da navalha entre os cartões de crédito e a felicidade, entre o cansaço e a satisfação de realizar algo por conta própria.
Viver assim nos lembra que a vida não é feita pra ficar parado. Às vezes, a gente precisa ser desenhista de manhã, motoboy à tarde, e vendedor online à noite. Outras vezes, advogado, piloto e músico — tudo junto, tudo misturado, tudo com humor. “Se virar nos 30” é mais do que um ditado: é uma arte, um treino de malabarismo e, uma forma de mostrar que dá pra fazer bastante coisa sem perder a alegria.
Bora lá, pessoal: quem disse que a vida precisa ter manual? Se vira nos 30, inventa moda, racha o bico e aprende que, com um pouco de criatividade, a gente vai longe — ou pelo menos consegue pagar umas contas e rir da própria rotina.