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Mulher que mandou matar marido e executor do crime são condenados em Criciúma

Após 11 horas de julgamento, réus receberam penas de até 19 anos de prisão; motivação teria sido vingança por traição e dívida financeira

O Tribunal do Júri da Comarca de Criciúma condenou, nesta quinta-feira (11/09), dois dos acusados pela morte de Reni Carlos, assassinado em 22 de fevereiro de 2014, no sítio onde morava em Siderópolis.

A esposa da vítima, considerada mandante do crime, foi condenada a 19 anos, 7 meses e 6 dias de prisão em regime fechado. O executor, contratado para a ação, recebeu pena de 16 anos, 9 meses e 18 dias, também em regime fechado. Ela, que aguardava o julgamento em liberdade, saiu da sessão presa. Já o executor, que não compareceu ao júri, está foragido e teve a prisão decretada.

Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o crime foi motivado pela descoberta de uma traição. A esposa revelou a intenção de matar o marido a um conhecido da família, que devia mais de R$ 100 mil à vítima. Em troca do perdão da dívida, esse homem — ainda a ser julgado — organizou o crime e contratou o executor, que matou Reni com quatro disparos em troca de R$ 1.500.

As condenações foram por homicídio duplamente qualificado: a esposa, por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima; o executor, por promessa de recompensa e pelo mesmo recurso que dificultou a reação.

Mobilização da família

Familiares e amigos acompanharam o julgamento em frente ao Fórum de Criciúma. Com cartazes e camisetas, pediram justiça pela morte de Reni. A irmã da vítima, Maria Inês de Marco, destacou: “Ele era uma pessoa muito boa, comunicativa, um empresário de posses. Foi ao sítio para preparar um almoço e nunca mais voltou. Esses dez anos sem ele têm sido muito tristes. O que nós queremos é que seja feita justiça.”

Processo desmembrado

Inicialmente, os três acusados seriam julgados juntos. No entanto, a defesa do homem que tinha a dívida apresentou um atestado médico, adiando seu julgamento para nova data.

O caso contou com a atuação do Grupo de Atuação Especial do Tribunal do Júri (GEJURI), que presta suporte em processos complexos de crimes dolosos contra a vida.