Bah, pessoal… essa semana o canal do whatsapp “Descoisando o Coiso” tá com um peso diferente. Estamos vivendo um momento de despedida e homenagem.
No último sábado, 30 de agosto, o mestre das crônicas Luis Fernando Verissimo nos deixou, mas o legado dele segue vivo em cada linha, cada riso e cada reflexão que ele deixou espalhados por seus livros.
Por isso, resolvi dedicar esta homenagem para meus leitores aqui na coluna do PostTv pra lembrar desse gênio que ensinou tanta gente – inclusive eu – a enxergar a vida com mais humor, ironia e inteligência.
A crônica escolhida é “O Homem Trocado”, que faz parte do livro Comédias da Vida Privada. Pra quem não conhece, esse livro reúne várias histórias que giram em torno do dia a dia, mas sempre com aquele toque de ironia e leveza que só o Verissimo sabia dar. Ele tinha o dom de pegar uma situação banal, às vezes até trágica, e transformá-la em algo tão cômico que tu acaba rindo antes de perceber o absurdo.
Essa crônica, em particular, conta a história de um sujeito que parece ter feito um pacto com o azar. Nada na vida dele dá certo. Pra te dar um gostinho, olha esse trecho:
“O homem acorda da anestesia e pergunta à enfermeira se deu tudo certo. ‘Tudo perfeito’, ela responde, sorrindo. ‘Eu estava com medo dessa operação’, ele diz. ‘Por quê? Não havia risco nenhum’. ‘Comigo, sempre há risco’.”
E não é exagero, viu? O azar desse homem é quase uma obra-prima. Ele foi trocado na maternidade e passou dez anos sendo criado por uma família que nem era a dele. Quando finalmente descobriram o engano, veio outro baque: até o nome estava errado. Era pra ser Lauro, mas registraram Lírio. Imagina explicar isso na escola, no cartório, no primeiro emprego… Um bug da vida real!
O mais incrível é que Verissimo não nos faz sentir pena do personagem. Pelo contrário: ele nos convida a rir com ele. É um convite pra olhar pras próprias trapalhadas com mais leveza. Quem nunca teve um dia, uma semana, ou até uma fase inteira que parecia um “homem trocado”, né?
A vida nem sempre sai como planejamos. Às vezes, parece até que o roteiro foi escrito por alguém com um senso de humor meio duvidoso. Mas Verissimo nos ensinou que rir dos nossos próprios “erros de registro” é um ato de coragem. Então, bora rir mais, se preocupar menos e aproveitar cada página do livro que a gente tá vivendo. Afinal, o que fica mesmo são as histórias – e o jeito como escolhemos contá-las.
Se tu nunca leu essa crônica, recomendo demais. Ela tá no livro Comédias da Vida Privada (L&PM Editores, pág. 192). Vale cada página, cada detalhe e, principalmente, cada risada. Porque rir do inesperado, no fundo, é rir da própria vida.
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