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Polícia Civil alerta sobre diferenças entre falso advogado e golpe digital

No programa Post Notícias desta terça-feira (08/07), o Policial Civil Robson Silva, especialista em segurança digital, esclareceu as distinções entre a atuação de um falso advogado (que exerce a profissão sem habilitação) e o golpe do falso advogado via internet, um dos crimes virtuais mais comuns, alertando sobre a engenharia social utilizada pelos criminosos.

O programa Post Notícias recebeu, no quadro Segurança Digital, o Policial Civil Robson Silva para abordar a recente operação da OAB contra um falso advogado e, principalmente, diferenciar essa situação do “golpe do falso advogado” que tem feito inúmeras vítimas.

 

Falso advogado vs. golpe do falso advogado: entenda as diferenças

Robson Silva iniciou explicando que são duas situações distintas:

Falso Advogado (Exercício Ilegal da Profissão): Refere-se a uma pessoa que se passa por advogado (ou qualquer outro profissional) sem ter a devida qualificação ou registro no órgão competente (no caso, a OAB). Essa prática é um crime e será investigada pela polícia, como ocorreu na operação em Araranguá. O criminoso, nesse caso, pode ter até um escritório físico e contato direto com as pessoas.

Golpe do Falso Advogado (Digital): É quando um criminoso, um golpista, se passa por um advogado sem ter, necessariamente, nenhuma relação com a profissão ou escritório físico. Esse golpe é predominantemente aplicado pela internet, especialmente via WhatsApp, e atinge muitas vítimas.

Robson detalhou como o golpe do falso advogado online funciona:

Coleta de Dados: O criminoso busca dados vazados de pessoas (nome, CPF, telefone) na internet.

Pesquisa de Processos: Com esses dados, ele acessa sites de tribunais de justiça (muitas consultas são públicas) para encontrar processos em andamento da vítima. Ele obtém informações básicas como nome do advogado real, valor da causa e movimentação processual.

Contato e Manipulação: De posse dessas informações, o golpista envia mensagens de WhatsApp para a vítima, usando a foto do advogado real (encontrada online) e dizendo que o processo teve um desfecho favorável. Para “liberar” o dinheiro, ele solicita pagamentos de “taxas judiciais”, “honorários” ou até valores para “diminuir o imposto de renda”. A vítima, ao ver as informações corretas do processo, do advogado e da causa, acaba acreditando e realizando os pagamentos.

Embora distintos, os prejuízos financeiros podem ser semelhantes. Silva alertou que, em alguns casos, já foram identificados advogados reais que se corrompem e fornecem informações de processos sigilosos para criminosos aplicarem golpes.

 

Os golpes mais comuns e a engenharia social

Robson Silva destacou que o golpe do falso advogado, o golpe do falso familiar e o golpe do falso-atendente bancário são os três tipos de crimes virtuais que mais têm feito vítimas atualmente, respondendo por mais de 50% dos golpes digitais.

A característica comum entre eles é a engenharia social, técnica em que o criminoso manipula a vítima para que ela forneça informações ou faça pagamentos. Para isso, o golpista não precisa ser um gênio da informática, mas sim ter habilidades para enganar e convencer. Ele usa os dados da vítima (telefone, nome, informações bancárias ou do processo) para construir uma narrativa crível.

 

Recomendações de segurança digital

Para evitar ser vítima desses golpes, Robson Silva reiterou as recomendações essenciais:

Desconfie sempre: Mantenha sempre um pé atrás, especialmente se a comunicação vier de um número desconhecido, mesmo que a foto de perfil seja de alguém conhecido (advogado, familiar, banco).

Confirme a informação: Se alguém pedir um pagamento (PIX, transferência), principalmente para “liberar” dinheiro que você teria a receber, confirme a informação diretamente com a pessoa ou instituição, usando o número de contato oficial que você já tem. Vá presencialmente ao escritório do advogado, ligue para o número oficial do banco, ou contate o familiar pelo número que você já conversa.

Cuidado com chamadas de vídeo e fotos: Não aceite chamadas de vídeo de contatos desconhecidos. Cuidado ao tirar fotos solicitadas por estranhos, especialmente se a desculpa for “confirmar entrega” ou algo similar. Criminosos podem usar essas imagens para reconhecimento facial ou outras formas de autenticação.

Evite o uso excessivo do online: Embora a internet facilite muitas transações, ela também nos torna reféns de criminosos. Priorize a confirmação presencial ou por canais oficiais em casos de dúvida ou solicitação de pagamentos.

Robson Silva reforçou que a prevenção é a melhor forma de se proteger. Ele disponibiliza mais dicas em suas redes sociais: @robsonsilva.cyber.

Entrevista completa no link: https://youtube.com/live/0Bm7oUXLgrs?feature=share