No programa Post Notícias desta sexta-feira (04/07), Guilherme Moutinho, produtor cultural, e Silas Silva, membro e professor do Quilombo Maria Rosalina, anunciaram o “Primeiro Encontro no Quilombo Maria Rosalina”, um evento para celebrar o primeiro ano de certificação da comunidade, combater estigmas e promover a cultura quilombola.
O programa Post Notícias recebeu Guilherme Moutinho, produtor cultural, e Silas Silva, neto da Dona Custódia Anacleta e professor de educação quilombola no Quilombo Maria Rosalina. Eles vieram divulgar o evento de celebração do primeiro ano de certificação do Quilombo, buscando desmistificar preconceitos e aproximar a comunidade local.
Evento de celebração e cultura Quilombola
O “Primeiro Encontro no Quilombo Maria Rosalina” aconteceu neo sábado (05/07), a partir das 9h da manhã, no Colégio de Educação Quilombola, localizado na entrada da comunidade. O evento, organizado por um pequeno grupo de cerca de sete pessoas, visa convidar toda a população a conhecer a cultura e a história do Quilombo.
Atrações do Evento:
Venda de artesanato e culinária local: Produtos feitos pelos próprios moradores e alunos da escola quilombola.
Exposição de arte: Desenhos feitos por membros da comunidade e toalhas de mesa bordadas.
Música ao vivo: Com Alex Santos (voz e violão) e MC Outro Tom.
Exposição de documentários: Incluindo “A Vida por Detrás do Muro”, que retrata a trajetória do Quilombo.
Conversas com os griots: Os mais velhos da comunidade compartilharão seus saberes e a história do local.
Contação de histórias para crianças: Atividades para todas as idades.
Silas Silva enfatizou que o evento é uma oportunidade para a população conhecer o Quilombo Maria Rosalina e desassociar a imagem pejorativa ligada ao local, conhecido popularmente como “Buraco Quente”.
Educação Quilombola e a luta pelo território
Silas, que é professor de educação quilombola, explicou que a Educação Quilombola tem como objetivo primário os quilombolas, mas as matrículas são abertas a todos. Atualmente, a escola conta com 63 alunos e 22 professores. O Quilombo Maria Rosalina é composto por 28 famílias e cerca de 143 pessoas, muitas das quais mantêm laços com o local mesmo após se mudarem.
O evento faz parte de um projeto maior de educação popular nos territórios, focado na formação de lideranças comunitárias e na criação de situações de cultura e formação nas comunidades. Guilherme Moutinho, que já participou de outros projetos culturais como o “Independência Arte”, destacou a importância de ocupar espaços públicos com cultura.
Sobre o financiamento, Silas Silva esclareceu que o evento é totalmente comunitário, sem recursos externos diretos. A comunidade está se organizando para cobrir os custos por meio da venda de produtos e da colaboração de empresas locais, que cedem equipamentos e materiais.
A certificação do Quilombo Maria Rosalina, concedida pelo Instituto Palmares, garante o direito ao território, protegendo a comunidade contra especulações imobiliárias e desapropriações. Essa garantia é crucial para a preservação da cultura e da história local, que muitas vezes é desconhecida pela sociedade. O documentário “A Vida por Detrás do Muro” tem um papel importante em levar essa história e essas raízes a um público mais amplo.
O Instagram do Quilombo é @quilombomariarosalina, onde é possível obter mais informações sobre o evento e as atividades da comunidade. Em Santa Catarina, existem cerca de 27 quilombos, sendo alguns já titulados, como o de Araranguá.
Entrevista completa no link: https://youtube.com/live/tlrZneokRDA?feature=share






