Nesta segunda-feira (23/06), o programa Post Notícias conversou com Vânia Lima Scain, moradora da comunidade de Cachoeira de Fátima, em Praia Grande. Vânia foi uma das pessoas que auxiliou no atendimento aos sobreviventes do trágico acidente com balão ocorrido no último sábado dia 21, que deixou 8 mortos e 13 feridos. O piloto do balão, Elvis Crescencio, também deu seu depoimento à Polícia Civil, relatando o momento do incêndio e a falha do extintor.
A cidade de Praia Grande e toda a região seguem em luto após o trágico acidente de balão no último sábado, que resultou na morte de oito passageiros e deixou 13 feridos. Para o programa Post Notícias desta segunda-feira, a Post TV recebeu Vânia Lima Scain, moradora da comunidade de Cachoeira de Fátima, que presenciou o ocorrido e prestou os primeiros socorros a uma das sobreviventes.
O horror presenciado e o socorro imediato
Vânia relatou que, como de costume, estava observando os balões com seu esposo e um casal de hóspedes quando percebeu a cena aterrorizante: um balão em chamas no céu, com pessoas se jogando e caindo. “Eu entrei em desespero absoluto”, descreveu. A proximidade do local da queda, a cerca de 50 metros da casa de seu irmão, a levou a correr para lá, preocupada com sua filha grávida que mora nas imediações.
Ao chegar, Vânia encontrou seus familiares já auxiliando uma sobrevivente, coberta de lama e em estado de desespero, procurando por seus pais, que também estavam no voo e, infelizmente, vieram a óbito. A vítima, que estava em estado de choque, tentava contato com a mãe via WhatsApp, sem sucesso. A família de Vânia a levou para dentro, ofereceu banho e roupas, enquanto as autoridades confirmavam o falecimento dos pais. A notícia chegou à sobrevivente pelas redes sociais, o que tornou o momento ainda mais doloroso.
Vânia descreveu a cena como um “filme de terror”, com corpos carbonizando e a tentativa de sua família de apagar as chamas com um extintor. Segundo ela, quatro passageiros se jogaram do balão e quatro carbonizaram.
O relato da sobrevivente e o depoimento do piloto
A sobrevivente contou a Vânia e às autoridades que o cesto estava muito quente e lotado (20 passageiros mais o piloto). O piloto avisou sobre um pouso forçado e instruiu a todos a pularem quando o cesto tocasse o solo. Ela relatou que tudo foi muito rápido, e que após cair e rolar, viu o balão subir novamente em chamas, com pessoas se jogando. Ela seguiu o balão até o local da queda, onde viu os corpos e a cesta carbonizada.
O piloto do balão, Elvis Crescencio, que foi ouvido pela Polícia Civil, deu seu depoimento exclusivo à Post TV. Ele afirmou ter três anos e meio de experiência e cerca de 700 horas de voo. Crescencio relatou que, após cerca de dois a três minutos de voo, sentiu cheiro de queimado e viu um incêndio na capa do tanque de gás. Tentou apagar com o pé e, em seguida, com o extintor, que falhou. “A hora que apertei, ele não saiu, ele não saiu nada de pó”, disse o piloto. Ele instruiu o pessoal a pular quando o balão tocou o chão. “Eu pulei também, toda uma galera pulou. E o que aconteceu? O balão acabou decolando com essas pessoas que não conseguiam pular do cesto.”
Clima de luto e busca por regulamentação
Vânia descreveu o clima em Praia Grande como de luto absoluto. A comunidade, acostumada com a beleza dos voos de balão, agora vive uma sensação “esquisita, estranha de velório, de funeral”. A tragédia abalou a todos emocionalmente, e a busca por respostas é constante. As autoridades, segundo Vânia, estão agora focadas em buscar uma forma de regulamentar e aumentar a segurança das atividades de balonismo.
A Post TV segue acompanhando de perto o caso, com informações atualizadas em suas redes sociais (@aposttv no Instagram e portal post.tv.br).
Entrevista completa no link: https://youtube.com/live/GXNfhKTxYu0?feature=share