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Moção de Reconhecimento da Câmara de Araranguá à trajetória de Alceu Pacheco

O advogado, administrador público, contador e escritor, Alceu Pacheco, tem um currículo de causar admiração e orgulho aos araranguaenses. E, foi por isso, que recebeu na Câmara de Vereadores durante a sessão de segunda, 13, uma Moção de Reconhecimento.  

Além do envolvimento em diversas causas sociais, ter participado da direção de entidades e movimentos culturais, Alceu, publicou dois livros que são referência nacional em matemática financeira e cálculo pericial.  

Para o autor da homenagem, vereador, Jair Anastácio, esta é uma maneira de reconhecer o potencial intelectual de uma das personalidades mais conhecidas da cidade. “A figura do Dr. Alceu é extremamente respeitada na nossa cidade e participa das discussões nas principais pautas para o desenvolvimento de nossa região. Ele tem uma preocupação muito grande com as discussões de debate coletivo, por isso é merecedor deste reconhecimento”, justificou. 

Prestigiado por muitos amigos, líderes de classes, e familiares que acompanharam a votação no plenário, Alceu Pacheco, agradeceu a moção e propôs uma importante reflexão em seu discurso.

 
Acompanhe na íntegra o texto do homenageado:
 
““LUZ, PAZ E BEM”
 
Sou muito grato ao amigo vereador Jair Anastácio por me honrar com a indicação para estar aqui e agora. Igualmente, obrigado, aos demais vereadores e a vereadora, por terem aprovado essa moção de reconhecimento. Estou, também, muito feliz em estar acompanhado da minha família amada, Maristela, André e Angélica. Da mesma forma, agradeço aos amigos e amigas, que me dão a alegria de estar comigo neste momento; ou ainda àqueles que assistem pela internet.
 
Foi com os exemplos de meu pai, minha mãe e, também, meu avô materno, que aprendi a pensar e agir além de mim. Aprendi ainda mais, com os parceiros da vida, muitos dos quais estão aqui, hoje. Todos eles me ensinaram a professar bons princípios, atuar coletivamente, ser solidário, acreditar na vida comunitária, exercer a cidadania, praticar o associativismo, agir colaborativamente, buscar justiça social, aprimorar valores espirituais.  
 
Tenho a convicção de que, juntos, mais do que já tenhamos feito ou pudéssemos fazer, – independentemente do valor, alcance ou notoriedade – nós podemos lutar ainda muito mais e melhor por Araranguá: uma cidade linda, alegre, vibrante, hospitaleira, o sonho que se tornou realidade, que já é pujante e está a caminho consistente de um futuro ainda mais promissor, em franca evolução.
Unidas, pessoas simples, conseguem resultados extraordinários. O grande desafio é encontrar a melhor maneira para a solidariedade.
 
Em tempos tumultuados, a essência cede lugar à aparência, e a onipresença de um conflito sem fim dificulta a boa convivência de opostos. Há uma intolerância generalizada! E “enquanto os homens exercem seus podres poderes”, a felicidade parece estar cada vez mais distante. 
 
Tal como ocorre com os grandes navegadores, que devem sua boa reputação às tempestades, é neste cenário hostil que se apresenta singular oportunidade de cada um promover o bem comum e o ponto de equilíbrio.
 
Todos os dias, nós juramos e nos comprometemos em fazer o melhor.
 
Diz um ensinamento indígena que, quando não se cumpre a promessa, os fios da ação ficam soltos ao nosso lado, enrolam-se nos pés e impedem a livre caminhada. Por isso, os nativos têm o costume de “colocar as palavras para andar”, ou seja, agir de acordo com o que se fala, que conduz ao caminho da harmonia e prosperidade naturais. Ou seja, há que se ter coerência!
 
Assim, estaremos aptos a contribuir na construção social, cujo pressuposto básico é a vida humana em grupos, sem dividir, impor ou segregar.
 
Todos somos iguais em direitos e deveres, credores de respeito e lealdade, mas também devemos fidalguia e amabilidade. A vida em sociedade precisa de mais palavras de afeto e menos cara amarrada. Mais respeito e menos julgamento. É preciso abrandar temperamentos.
 
Nesta linha de ideias, haveremos de ter muito cuidado com as disputas e as divergências. É preciso estarmos imunes à Santa Inquisição, em que muitos, para tirar atenção de si próprios, medem supostas falhas alheias com uma régua que eles mesmos inventam.
A arte da vida engloba saber ouvir ou falar, com lealdade, pois o tom do que é dito depende do jeito de ouvir, e vice-versa.
 
Tentar controlar tudo e todos, para convencer e dominar é desrespeitoso, é uma tentativa de colonização do outro.
 
Empatia é saber enxergar a alma alheia. É compreender que nem sempre o fácil para um também será para outro. Dar a cada um o que é seu, antes de ser uma regra moral e a pedra angular da Justiça, é um imperativo de sobrevivência, corolário da ética, para além das ideologias, religiões, mitos e filosofias. E, se alguém for prejudicado de qualquer modo, deve se restabelecer a verdade e a justiça.
 
Às vezes, silenciosamente, as pessoas se afastam para refletir. Outras vezes, porque já refletiram. O sensato não diz tudo o que pensa, mas pensa tudo o que diz. O homem é escravo do que fala e dono do que cala. O perfeito é desumano, porque o humano é imperfeito. A diferença de ideias deve aproximar e fazer crescer, não segregar. Não há razão de dividir para se sobrepor. A música ensina: “Eu te desejo não parar tão cedo, pois toda idade tem prazer e medo. E com os que erram feio e bastante, que você consiga ser tolerante”.
 
É preciso resiliência, mente flexível e otimismo.
 
A liberdade é o mais precioso dos direitos, mas não depende só de leis. Somente é livre aquele que reconhece a ordem divina dentro de si, o verdadeiro nível pelo qual o homem pode se governar. É preciso manter vivos e aprimorar os atributos que fizeram com que alguém sinta um “brilho nos olhos” ao conviver conosco.
 
A nós, seres imperfeitos, cabe unicamente a missão de melhorar o mundo à nossa volta, não para ganhar o céu, mas para tornar suportável a vida na Terra. Há leis universais implacáveis: a do retorno, a da verdade e a do mérito. São nossas atitudes e não nossas crenças que nos fazem melhores.
 
Os princípios estão acima e antes das pessoas. Estudar e melhorar a si mesmo é a arte mais difícil, e requer dominar instintos, corrigir vícios e defeitos, aprimorar virtudes.
Compete a cada um de nós buscar o estado de ataraxa, quietude absoluta da alma, o ideal de paz e serenidade.
 
Tirando os bens materiais; o dinheiro; a aparência; a fama; os títulos, troféus e cargos; o que resta é o que a gente é. Então, o que nós somos, em essência?! O mais valioso legado que podemos deixar, a melhor coisa a se fazer por alguém, é ser sua inspiração, pelo exemplo.
 
“Amigos novos e antigos”, vocês estão na minha lista de pessoas queridas e são minhas fontes de interlocução, apoio, exemplo, motivação, acolhimento e inspiração. Por Araranguá e região, juntos, nós podemos muito mais! Que nossos gestos e palavras sejam para bendizer, abençoar, unir, somar e construir. E, assim, que a vida nos seja leve e plena; porque “as frases e as manhãs são espontâneas”.”