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Parceria entre Polícia Civil e Ambulatório de Álcool e outras Drogas tem bons resultados

Dependentes químicos recebem atendimento e tratamento através de parceria estabelecida entre órgãos públicos de Araranguá

Araranguá

Uma parceria que deu certo. No último ano, através de um pedido por ajuda à Polícia Civil, envolvendo um senhor que pedia auxílio pelo seu filho, usuário de drogas, foi que surgiu a ideia de uma parceria entre a Polícia e o Ambulatório de Álcool e outras Drogas. Até então, quando apareciam situações como esta, os policiais encaminhavam para o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial de Araranguá) – setor este, que não realizava atendimento a dependentes químicos. 

Foi então que a agente de Polícia Civil, Aline Santana, tomou conhecimento da existência de um Ambulatório específico para auxiliar no tratamento de álcool e outras drogas. À época, surgiu a ideia da parceria, que tem colhido bons resultados. Hoje, o atendimento funciona de segunda à sexta-feira, das 13h às 18h30, na Unidade Central de Saúde Bom Pastor.

Uma das boas histórias e resultado positivo, foi de um senhor, que buscou tratamento através de uma publicação da Polícia Civil, informando sobre esta parceria e conta a sua história de superação, que começou após atendimento da equipe pelo Ambulatório.

Seu José Olímpio Maciel, segundo ele, encontrava-se “no fundo do poço da dependência”. O contato com o álcool e maconha teriam começado na adolescência, através do uso esporádico, mas com o tempo foi sentindo necessidade de utilizar também outras drogas, principalmente a cocaína. “Essa era uma droga que eu achava me permitir render mais no trabalho. Falsa ilusão”, conta. Não precisou de muito tempo para que seu José passasse a fazer o uso diário do entorpecente. 

Há uns três anos, seu José teria feito um tratamento em uma clínica de reabilitação da cidade, mas teve uma recaída com o falecimento da mãe de suas filhas. “Esse foi um gatilho e a crença de que as drogas supririam minha dor. Eu não sabia como gerir meus sentimentos”, confessa. 

Foi então, que em meados de Abril de 2021, a filha Saionara teria tido acesso a uma postagem nas redes sociais sobre a parceria da PC com o Ambulatório. “Minha filha perguntou para a policial como funcionava, mas na época, não aceitei ajuda”, diz. 

Após um episódio de internação no Hospital Regional de Araranguá, seu José aceitou ser ajudado e iniciou o tratamento no Ambulatório. “Nessa fase, eu já tinha matado minha vontade de viver. A droga é assim mesmo, ela mata quem usa e quem está perto. Minha filha Saionara, foi teimosa e guerreira, mesmo tão nova, tomou decisões e atitudes que salvaram minha vida”, reconhece.

Em Outubro do ano passado, ele foi encaminhado para tratamento na CETRAD, uma das clínicas cadastradas no Ambulatório. E foi aí, que a história de seu José começou a mudar. “Comecei um novo ciclo, um recomeço, tive uma luz. Não foi fácil, por muitas vezes ligava para minha filha dizendo que queria sair de lá”, conta. 

Após nove meses internado, seu José venceu essa batalha – e não foi sozinho. “Digo “nós”, porque sozinho não seria possível, sem ajuda da minha filha, do corpo clínico e dp dr. Fernando”, ressalta.  

Tendo alta em Julho deste ano, seu José carrega consigo inúmeros aprendizados através do Ambulatório, além de poder ter a experiência de voltar a conviver no ciclo familiar com suas filhas e netas. “Na clínica aprendi que posso ser feliz, encarar meus problemas sem o uso de drogas, sem precisar dela para mascarar minha dor, que a vida precisa ser vivida como se fosse o último dia e ser grato por ela. O tratamento tem que ser mental, corporal e espiritual”, relembra. 

Ele ainda reconhece que o tratamento precisa acontecer para sempre. “O caminho é bem difícil e só depende de nós mesmos. Se eu consegui vencer, você também consegue, não deixe a oportunidade passar, sejam fortes e corajosos que a vitória é certa. Tenho aqui um grande recomeço, repleto de esperança que dias melhores virão”, incentiva. 

Seu José conta a sua história para que os familiares de outros dependentes sejam  inspirados, acalentados e determinados, para que também outros policiais e membros da sociedade civil, possam divulgar esses atendimentos que auxiliam no tratamento da dependência química, auxiliando, desta forma, na queda de reincidência criminal. 

Para a policial, Aline Santana, que fez ponte para que esta parceria acontecesse, relatos como esse são importantes e emocionam. “O importante é que existe onde procurar ajuda. Lá, são disponibilizados muitos profissionais competentes para que auxiliem nesse tratamento. Nossa missão é essa, ser ponte para que mais histórias como a de seu José se concretizem e possam ser contadas. Fico muito feliz que esta é uma parceria que tem gerado bons resultados”, celebra. 

Precisa de ajuda? Entre em contato através do telefone (48) 3521-1500 ou procure o Ambulatório no horário de atendimento.