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SÉRGIO MORO DUROU 16 MESES NO CARGO DE MINISTRO

O paranaense Sérgio Moro deixa o ministério da Justiça e Segurança Pública ates de completar e 1 ano e 4 meses à frente da pasta. Sai um pouco maior do que entrou.

Entrou sob a desconfiança de que teria sido o maior responsável pela prisão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e que teria sido recebido como compensação a nomeação como superministro de Jair Messias Bolsonaro (agora sem partido).

Também foi acusado de ter feito um acordo para deixar 22 anos como juiz federal (renunciou ao cargo) em troca de uma indicação como ministro do Supremo Federal, indicação que caberá ao presidente no final do ano.

Em sua saída, além de ter disparado contra diversas ações do presidente, deixou claro que “nunca houve o tal acordo pelo STF”. Por isto, em alguns momentos, o presidente citou que queria indicar um evangélico para o cargo (juiz Marcelo Bretas, no caso).

QUEDA ANUNCIADA

A gota d’água para saída de Sérgio Moro foi a demissão do diretor geral da Polícia Federal, Maurício Leite Valeixo.

O presidente Bolsonaro, que havia dito que seu governo trabalha de dia (em referência a encontros secretos do ex presidente Temer com a turma da JBF), publicou a exoneração na madrugada, no Diário Oficial da União (DOU).

Pior, que foi feito sem que Moro soubesse. Até porque, o presidente já sabia que ao demitir Valeixo, levaria a Moro a se demitir.

SAÍDA A PEDIDO?

Sérgio Moro, na entrevista coletiva, disse que a demissão não foi a pedido de Valeixo. Que a publicação não confere com a verdade. Bolsonaro demitiu porque quis demitir.

A Secretaria de Comunicação do Governo Federal (Secom) emite uma nota em que disse que foi a pedido a demissão, mas no dia anterior a notícia era outra, de que o presidente queria demiti-lo. Bolsonaro fará coletiva 17 horas para falar da saída de Valeixo e Moro.

QUER O QUE NÃO PODE

A verdade é que o presidente quer botar alguém no cargo de diretor geral da Polícia Federal que possa “passar informações privilegiadas ao presidente”. Moro disse que não é prerrogativa da PF fazer isto.

O agora ex-ministro Moro desnudou uma informação grave, e que precisa provar. Ele disse que ele não cedeu.

Afinal, como pode o presidente querer acessar informações/investigações/relatórios da inteligência?

Há algumas investigações que são caras ao presidente, como as que envolvem seus próprios filhos, estariam nesta linha tênue de interesses não-republicanos?

TEMAS GRAVES

O ex juiz federal Sérgio Moro, agora desempregado como outros 15 milhões de brasileiros, falou de temas graves como a tentativa de interferência do presidente em investigações; tramitações de inquérito; pedido de relatórios; e na troca de dois diretores da Polícia Federal, do Rio de Janeiro e de Pernambuco.

OUTRAS BRONCAS

O ex ministro Moro perdeu o controle do Conselho de Controle de Atividades Financeiras – COAF, para o Ministério da Economia; depois o presidente Jair Bolsonaro, queria a divisão da Justiça e da Segurança Pública, mas Moro não concordou.

Moro foi contra a demissão de Maurício Valeixo da Policia Federal, já que havia assumido o cargo com a chamada “carta-branca” para indicação.

Alega que não havia causa para demissão. Talvez, seria porque a PF no governo de Bolsonaro deixou der ser ‘performática e pirotécnica’? 

No governo anterior chovia operações, de nomes os mais variados. Será que voltaremos a ter mais shows de coberturas?

O fato é que o pedido de interferência do presidente e a indicação de nomes para cargos que deveriam ser técnicos entram na lista de motivos para a saída.

DOIS FAVORITOS

O novos cargos, tanto de ministro da Justiça e Segurança Pública, quanto o de diretor geral da Polícia Federal, está entre dois delegados federais Anderson Gustavo Torres (Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal) e Alexandre Ramagem (diretor da Abin).

LEITURA GRAVE

A demissão de Valeixo e consequente demissão de Moro acontecem logo após a briga de Bolsonaro com o DEM por causa de Maia e Alcolumbre e a saída de Mandetta da Saúde; depois que o presidente se aproxima dos partidos do Centrão para recompor sua base no Congresso.

O fato é que muita gente já está ligando o movimento a pedidos do Centrão – que tem vários políticos investigados, de afrouxamento da mesma Polícia Federal.

TROCAS DE MINISTRO

Com a recente saída de Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) e de Luiz Henrique Mandetta (Ministro da Saúde), o governo chega há 9 trocas de ministros. Outros seis ministros saíram: Gustavo Bebianno (Secretaria Geral da Presidência); Floriano Peixoto Vieira Neto (Secretaria Geral da Presidência); Carlos Alberto Santos Cruz (Secretaria Geral da Presidência); e Osmar Terra (Ministério da Cidadania); Ricardo Velez Rodrigues (Educação) e Gustavo Canutto (Desenvolvimento Regional). Além disso, o ministro Onyx Lorenzonni trocou a Casa Civil pela Cidadania.

PRIMEIRO CONVITE

O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva (PSL), se antecipa e convida o ex ministro e ex juiz Sérgio Moro para vir trabalhar em Santa Catarina.

ELOGIOU O PT

O governo do PT, apesar de ter sido pego pelas ações da mesma Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato, foi elogiado por Moro por ter deixado que ela trabalhasse com autonomia.