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Brasil poderá suprir a demanda global de alimentos diante da crise, diz SNA

Diante da crescente preocupação, no mundo, com a capacidade de suprimento das cadeias produtivas do agro, em virtude da pandemia do novo Coronavírus, o Brasil poderá ter uma grande oportunidade para atender essa demanda global. A afirmação é do diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) e professor da USP/Ribeirão Preto, Marcos Fava Neves.

“O Brasil tem agora a chance de estabelecer, a toque de caixa, convênios com países importadores que ofereceram sempre muitas dificuldades para se abrir às exportações brasileiras, impondo todo o tipo de barreiras. Chegou a hora de criar esses protocolos, habilitar plantas frigoríficas brasileiras de todas as carnes e estarmos aptos a vender para esses países”, ressaltou o especialista.

Segundo ele, em muitas regiões do mundo, como nos Estados Unidos, por exemplo, surge a necessidade de interrupção das cadeias do agro, por conta de contaminação com o Coronavírus em atividades de transporte e em procedimentos industriais.

Apesar do problema do Coronavírus, as perspectivas para o agro brasileiro esse ano, segundo Neves, é de crescimento, tanto em relação ao PIB quanto à renda agrícola, que para ele deverá passar dos R$ 700 bilhões.

Mais afetados

Sobre os segmentos do agro mais atingidos pela crise, o diretor da SNA comentou que, no caso do setor de flores, é importante, nesse momento, ampliar os sistemas online e de varejo. “Chegou a hora de o varejo expandir o segmento de flores, estimulando os consumidores a comprar”.

No caso do setor leiteiro, Neves comentou que, pelo fato de ser uma cadeia extremamente perecível, “também é preciso trabalhar os canais de distribuição”.

Safrinha de milho

Com relação a safra brasileira 2019/20, Neves considerou positiva a estimativa de abril divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que registrou 251.8 milhões de toneladas de grãos (100 mil de toneladas a menos que a projeção do mês anterior), e também se mostrou otimista com o desempenho da safrinha de milho.

“Ouvi muitas reclamações sobre o clima (falta de chuvas) incidindo sobre essa segunda safra, mas as perspectivas são boas, até porque já está chovendo nas regiões produtoras e deve continuar a chover nos próximos dias”, informou o especialista, acrescentando que essa condição é bastante oportuna “neste momento em que o Brasil pode ter essa chance de abastecer com alimentos o mercado mundial”.