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Empresário reclama de abandono no Parque Industrial

Falta de segurança, energia elétrica de qualidade questionável, sem transporte para funcionários… A lista de reclamações dos empresários que ocupam o Parque Industrial de Araranguá só aumenta. Segundo eles, é preciso travar verdadeiras batalhas para alcançar alguma vitória, quando ela é alcançada, e quase sem apoio da prefeitura municipal.

O parque começou a ser ocupado em 2010, quando as primeiras escrituras foram entregues. Ao todo, foram 33 escrituras, com terrenos do lado esquerdo, que medem 100 metros de fundo, enquanto que os do lado direito possuem 40 metros, e se destinam a indústrias menores.

Para Wilmar Nagel, empresário dono de uma metalúrgica e que possui quatro terrenos no parque, somando quase um hectare de área, o maior problema mesmo é a falta de segurança. “Minha empresa foi arrombada três vezes em oitenta dias. Causaram mais de R$ 200 mil em prejuízo roubando máquinas de solda. Estamos totalmente inseguros aqui. Eu não venho mais à noite na empresa desde 2016, ninguém vem. Quando fazemos hora extra, viemos às 5 da manhã”, reclama. 

Wilmar representa toda uma classe de empreendedores que têm encontrado dificuldades para ajudar a desenvolver o parque e a economia municipal. 

Para ele, rondas ostensivas da polícia já seriam de grande ajuda para afugentar os marginais que espreitam para roubar as empresas. “Passarem uma ou duas vezes por noite, entre 22 horas e meia noite, já seria bom, porque todos os roubos aconteceram nesses horários”, comentou.

Outro ponto bastante importante e negligenciado pelo poder público é o transporte dos trabalhadores, que poderia ajudar na segurança e na economia deles. “Os funcionários precisam vir com carro próprio, e tem receio por causa da segurança. Poderia ter um transporte que viesse às 7h15 da manhã, e depois, viesse buscá-los às 18h, porque a maioria almoça nas empresas. Pensando nisso, dou preferência em contratar quem é daqui das redondezas”, continua. 

Ainda segundo Wilmar, há o descaso dos próprios empresários que ganharam seus terrenos no parque, mas ainda não se instalaram no local. A falta de limpeza nos lotes é uma das principais queixas. “A prefeitura poderia ver a limpeza dos terrenos dela, e dos que não construíram ainda, cobrando deles de alguma maneira. O empresário que veio para cá pensando naquela coisa bonita, em um belo parque industrial, se decepcionou. Nós fomos jogados aqui”, lamenta.

Poucas empresas instaladas no Parque hoje são realmente indústrias, sendo que prestadoras de serviço e vendedoras também estão implantadas no espaço, que foi pensado, exclusivamente, para indústrias.

Wilmar especula que, juntamente com todas as indústrias do parque, o faturamento anual passe de R$ 20 milhões, o que já seria recurso suficiente para incentivar o poder público a olhar para o Parque com mais simpatia.

Por: Aline Bauer – Jornal Enfoque Popular