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Semana Verde: professor constrói sítio vislumbrando preservação

Com sistema agroflorestal e materiais reutilizados, Frank quer ajudar as pessoas a verem o meio ambiente com outros olhos

Nesta semana se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente e o Post Notícias deve trazer algumas iniciativas e reportagens relacionadas ao assunto. Para abrir esta ‘Semana Verde’, viajamos a Praia Grande onde Frank Lummertz construiu o lar de forma bastante sustentável. Professor de história, ele sempre gostou de respirar o ar puro do município que fica aos pés da serra e, por isso, sempre quis preservar o ambiente onde vive. Em 2011, depois de muito tempo com a ideia de unir preservação ao meio ambiente e construção no mesmo lugar, ele adquiriu um sítio na comunidade de Vila Rosa. “Sempre quis trabalhar com algo sustentável e comecei comprando o sítio. São quase dois hectares de terra e eu comecei trabalhando em duas frentes: a bioconstrução, que é meio mesclada, com barro, material reutilizado, alvenaria e cerâmica. O outro projeto é trabalhar com o SAF, Sistema Agroflorestal, um consórcio de plantas, com frutíferas, milho, mandioca, hortaliças, junto com a floresta”, explica.

Segundo Frank, cerca de 75% da construção é com materiais reutilizados e biodegradáveis. Não havia nenhuma estrutura no local antes da chegada de Frank, que começou tudo do zero. Já sobre o SAF, ele conta que tudo começou há cerca de cinco anos, mas o sistema ainda não está em pleno desenvolvimento, já que havia a necessidade de variar entre o projeto e a construção da casa, que consumiu bastante do tempo disponível de Frank.

Ele ainda defende que conseguir entrar totalmente em um estilo de vida sustentável é complicado, visto que o próprio sistema em que a sociedade vive hoje é inserido em um consumo de materiais que degradam mais do que preservam. “Hoje em dia é bem complicado trabalhar com questões sustentáveis e proteção do meio ambiente. Escutamos notícias cada vez menos favoráveis a isso”, comenta.

Em contraponto, há pessoas que se voluntariam para estar em projetos como este. Frank faz parte de dois programas de voluntariados online, onde pessoas do mundo todo se colocam à disposição para ajudar na construção de sítios e fazendas ecológicas. “Tenho solicitações praticamente todos os meses. Além de fornecer esse trabalho ecológico e experimental, já que muita coisa a gente experimenta, é uma forma de contribuir com o trabalho coletivo e voluntário”, ressalta.

Observando o ambiente ao seu redor, o professor já percebeu que recuperar o meio ambiente ou mesmo conseguir conviver em paz com ele, leva tempo. São anos plantando para colher os frutos apenas tempos depois. Mesmo assim, ele acha que seu projeto está fazendo a diferença para tornar o mundo cada vez mais verde. “É complicado, hoje é um número pequeno de pessoas que se importam com os recursos naturais, mas acredito que o sítio progrediu muito, a casa está quase 90% pronta e eu já moro nela. A princípio, o bem maior é para si próprio. Acredito que tudo o que foi feito ali pode um dia ser um exemplo positivo de se preservar algumas coisas”, conclui.

Para Frank, o objetivo não é só plantar mais árvores ou deixar de poluir com uma construção comum. É conscientizar as pessoas de que cada um pode fazer uma pequena parte para preservar ou recuperar um todo.