Nesta sexta-feira (11/07), o deputado estadual Fabiano da Luz (PT) participou do programa Post Notícias para falar sobre o segundo turno da eleição para a presidência do Partido dos Trabalhadores em Santa Catarina. Ele abordou as estratégias para as eleições de 2026, com foco na região Sul de SC, e criticou o discurso “bolsonarista” que, segundo ele, desvia a atenção dos problemas reais do estado.
Eleição interna do PT e busca por unidade
Fabiano da Luz, que disputa o segundo turno da eleição para presidente estadual do PT contra a deputada Luciane Carminatti, destacou que o PT é o único partido com eleições diretas, o que garante movimento e debate interno. Ele ressaltou que, apesar das candidaturas defenderem o mesmo projeto de fortalecimento partidário, as divergências estão na forma de gestão.
O deputado mencionou que a eleição mobilizou nove mil filiados em quase 200 municípios, e que a nível municipal, com exceção de Florianópolis, Palhoça e Lages, os presidentes já foram definidos. A nível nacional, o candidato Edinho, apoiado pelo presidente Lula, venceu no primeiro turno.
Sobre o segundo turno em Santa Catarina, que ocorrerá em 27 de julho, Fabiano da Luz confirmou que as conversas com os grupos dos outros candidatos (como Padre Pedro, Carla Ayres e Bruno Ziriotto) estão acontecendo. Ele explicou que as correntes internas do PT são legalizadas e que o desafio é convencer o eleitor a ir novamente às urnas, especialmente no litoral e no oeste, onde os candidatos são mais conhecidos. Fabiano, que venceu no oeste, conta com a força da CNB, corrente majoritária ligada a Lula, no litoral catarinense.
Preparação para 2026: Pós-Lula e Disputa pelo Senado
Fabiano da Luz enfatizou a necessidade de o PT se planejar para o pós-Lula, que deve disputar sua última eleição nacional em 2026. O desafio é fortalecer e organizar o partido para que continue relevante e com lideranças aptas a disputar eleições. Ele relembrou que o PT só não venceu as eleições nacionais quando Dilma foi destituída e Lula preso.
Para 2026 em Santa Catarina, o deputado projetou a necessidade de o partido se organizar para mais uma vez disputar o segundo turno do governo do estado, como Décio Lima fez em 2022. Ele citou a perda de vagas para deputados federais e estaduais por não terem atingido o coeficiente eleitoral, e a importância de corrigir esses “pequenos erros”.
Um ponto crucial para as próximas eleições, segundo Fabiano, é a disputa pelo Senado. Ele criticou a possibilidade de Jair Bolsonaro “enfiar o filho dele” como candidato em Santa Catarina, o que, para o deputado, representaria um plano de ter um Congresso e Senado com maioria para transformar o país em um regime mais parlamentarista e destituir o Supremo Tribunal Federal. O PT, por outro lado, busca manter a democracia e o respeito às instituições.
Enfrentamento à direita e foco nas necessidades de SC
Questionado sobre a afirmação da direita de que Santa Catarina é um “estado bolsonarista”, Fabiano da Luz rebateu, afirmando que é preciso mostrar à sociedade que esse discurso é uma “doidice”. Ele argumentou que as prioridades do estado deveriam ser infraestrutura (ferrovias, rodovias duplicadas, hospitais regularizados, aeroportos), saneamento básico e o crescimento econômico, e não “loucuras mirabolantes ideológicas que o bolsonarismo prega” e que, em sua visão, “não trazem um real para Santa Catarina”.
Sobre os possíveis adversários em 2026, como o governador Jorginho Mello e o prefeito de Chapecó, João Rodrigues, Fabiano da Luz considerou ambos “boca brava”, que “conversam bastante e fazem pouco”. Ele defendeu que, independentemente do adversário, o PT deve estar preparado para “mostrar a verdade”, “mostrar trabalho” e “discutir o que é melhor para Santa Catarina”.
Entrevista completa no link: https://youtube.com/live/oGStLMbmRlQ?feature=share