Sob gestão do IMAS, procedimento é um marco na história da unidade
Administrado pelo Instituto Maria Schmitt – IMAS, o Hospital Dom Joaquim vem transformando a saúde pública do extremo sul de Santa Catarina. Nesta última semana, a unidade realizou a primeira captação de órgãos seguindo todos os protocolos da SC Transplantes e do Conselho Federal de Medicina, sendo um marco histórico para Sombrio e região.
O Hospital organizou a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) em junho deste ano, que realizou treinamentos e demais capacitações necessárias junto ao SC Transplantes para efetivar o procedimento na unidade.
“Nesta primeira captação realizada no Dom Joaquim tivemos a parceria da SC Transplantes e da CIHDOTT, que forneceram apoio necessário para a realização da coleta. Com esse avanço na unidade, o Dom Joaquim entrou para o know how da doação de órgãos, reafirmando toda a credibilidade e o trabalho de excelência que o hospital tem”, frisou a médica pediatra e membro da comissão Dra. Adriana Maria de Medeiros Antunes da Silva, enfatizando que o Estado de Santa Catarina é o primeiro da lista por diagnóstico em morte encefálica.
Segundo a Dra. Adriana, a importância de fazer precocemente o diagnóstico da morte encefálica é oportunizar a doação e captação de órgãos.
“Uma pessoa pode salvar a vida de até sete pacientes”, ressaltou.
De acordo com a enfermeira e presidente da CIHDOTT do Dom Joaquim, Cintia Rovaris de Borba, a captação contou com a participação de todos os setores da unidade, desde a administração, bloco cirúrgico, laboratório, equipe de enfermagem, fisioterapeutas, equipe médica e multidisciplinar, que não mediram esforços para que o procedimento fosse feito com excelência. De acordo com a enfermeira, os órgãos foram captados juntamente com a equipe do SC Transplantes que encaminhou aos hospitais para os devidos transplantes.
A CIHDOTT do Dom Joaquim é composta pelos enfermeiros Cintia Rovaris de Borba e Wilem Gomes Christiano Konig Daminelli, às médicas Dra. Aline Astafieff da Rosa e Dra. Adriana Maria de Medeiros Antunes da Silva, pela psicóloga Cinthia Mendes Roth e pela assistente social Patrícia Martins de Oliveira.
Doação de órgão
Segundo o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde – SUS, tem o maior programa público de transplante do mundo, no qual cerca de 87% dos transplantes de órgãos são feitos com recursos públicos.
Esse procedimento cirúrgico consiste na reposição de um órgão (coração, fígado, pâncreas, pulmão, rim) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas) de uma pessoa doente (receptor) por outro órgão ou tecido normal de um doador, vivo ou morto, sendo, muitas vezes, o transplante de órgãos a única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para pessoas que precisam de doação.
Há dois tipos de doador. O primeiro é o doador vivo, que pode ser qualquer pessoa que concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde. Ele pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. De acordo com a Lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. Já os não parentes, somente com autorização judicial.
O segundo tipo é o doador falecido, que são pacientes diagnosticados de morte encefálica, como traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral). Dois profissionais médicos diferentes examinam o paciente, sempre com a comprovação de um exame complementar, que é interpretado por um terceiro médico. Com o laudo, a família é consultada sobre o desejo ou não da doação. Somente com a autorização dos familiares, os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado, e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes.
Conforme dados oficiais da Central Estadual de Transplantes de Santa Catarina, de janeiro a agosto de 2024 foram realizados 1015 transplantes no Estado.