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Volnei desabafa: os bastidores do 7 de Setembro e da política de Maracajá

Volnei Rocha (MDB) não pode mais ser criticado por ‘não dizer o que pensa’. O vice-prefeito de Maracajá, que costumava falar pouco sobre seu desconforto no atual governo, aproveitou o discurso deste 7 de Setembro, durante os desfiles em comemoração aos 202 anos da Independência do Brasil do Reino de Portugal, para abrir o verbo contra o sistema político.

Durante sua fala no palco montado na Praça que fica em frente ao prédio da Prefeitura de Maracajá, disparou contra alguns políticos:

“São pessoas que não podem participar um dia a frente do nosso município. São verdadeiras sementes do mal, só pensam em benefício próprio. Pasmem, quando conseguem mentir e enganar um vice-prefeito eleito é o mesmo que enganar toda a população”, desabafou.

As palavras duras foram sob o testemunho do prefeito Aníbal Brambila (PSD), que busca a reeleição, da primeira dama Claudete Brambila, e dos vereadores que estavam no palco do evento, e direcionado ao público que prestigiava o evento.

 

Endereço: ‘cabeças do MDB’

Embora não tenha dado nomes aos bois, quem acompanha a política de Maracajá sabe que o vice-prefeito falava diretamente ao presidente do MDB, Rudi Dassoler, hoje candidato a vice de Brambila. Rocha diz que foi convidado a se filiar para ser o cabeça-de-chapa do MDB, mas acabou de fora. Ele alega que Rudi não demostrava que queria ser candidato, e que acabou vice de Brambila, a quem o MDB enfrentou e foi derrotado em 2020 nas urnas.

 

Ficou sem clima

Volnei Rocha foi eleito pelo PSL, depois foi para o Republicanos, e vai encerrar este mandato no MDB, isolado, afastado do prefeito Brambila. Ele entendia que o MDB conseguiria outros partidos para a coligação (PL, União Brasil, etc) caso fosse o candidato, se mantendo na oposição ao atual prefeito, como os vereadores do MDB fizeram em praticamente todo o atual mandato. A cúpula definiu pela vaga de vice.

Após o discurso no Dia Independência, Volnei deverá se dedicar a apoiar a candidatura de sua irmã, Edilane Rocha, candidata a prefeita pelo União Brasil.

 

PP não quis repetir

Não quis pagar pra ver. O Progressistas, que havia sido apoiador da chapa Brambila/Volnei em 2020, se queixa de ter ajudado a ganhar e não ser chamado para governar. Se queixa ainda de o prefeito ter tirado lideranças do PP como Rejane Pereira e Miro Bittencourt, que foram para o PSD, e Gisele Dal Pont, que foi para o PL.

Cacaio chegou a ser convidado para ser vice na primeira conversa de Brambila para tratar da reeleição. No entanto, houve uma resistência liderada pelo ex prefeito Antenor Rocha, o Tata, e o Progressistas decidiu que iria ter candidatura própria. Não quis ficar à sombra do prefeito novamente.

 

União cumpriu promessa

O União Brasil chegou a fazer foto com Brambila e anunciar apoio à coligação PSD, PL, União Brasil, PSDB/Cidadania e PDT. Depois disso, o PDT não conseguiu a chave para coligação e o União Brasil decidiu saltar fora do barco após a chegada do MDB.

O presidente Fabio Schiochett (UB) alega que tinha compromisso firmado com o prefeito Brambila de que o partido receberia seu apoio se o prefeito não conseguisse garantir o registro até dia 05 de agosto (liberação chegou somente dia 28/08). Como o apoio não veio e Brambila trouxe o MDB para a chapa, não restou outra alternativa a não ser buscar uma candidatura própria com Edilane e Rodriguinho da Garajuva.

 

Prefeito manteve o projeto

O prefeito Aníbal Brambila (PSD) bancou a ideia do partido de colocar o filho, Diogo Brambila, como candidato provisório para guardar a vaga. E deu certo. Dia 28, com um processo suspenso e outro revisado (houve a descondenação), Brambila pode voltar ao processo. Conseguiu manter o plano inicial de ter o 55 na cabeça, agora com o MDB 15 de vice, o PL como aliado e PSDB/Cidadania. Ficou com a maior coligação destas eleições.

 

Perdas e danos

A coligação de Brambila manteve Neguinho Martinello (PL) como aliado, tem ainda os partidos com maior representatividade no estado: PSD com 3 estaduais e 1 federal (ou 2 se Guidi vencer em Criciúma); o PL com 1 senador, com 7 federais (ou 6 se Guidi perder em Criciúma) e 12 estaduais; o MDB com 1 senador, 3 federais e 6 estaduais; e o PSDB/Cidadania com 1 federal e 2 estaduais. São 37 parlamentares.

Fabricio Estevam de Oliveira – Fabrício do Quina, presidente do PL, por sua vez, inconformado com a entrada do MDB na chapa, deixou a coligação e está fora da eleição.

 

Valmir e Dete

O vereador Valmir Carradore, o Boca (MDB), tem uma situação confortável em relação à coligação Brambila / Rudi. Isto porque no atual governo foi um aliado do prefeito, além de sido candidato a prefeito na eleição de 2016 com Claudete Brambila (PSD) de vice.

 

Brambila com estrutura

A tarde do feriado de 7 de Setembro foi de uma carreata gigante promovida pela coligação de Brambila e Rudi. Depois do adesivaço do sábado anterior, dia 1º, a carreata pode ser considerado de fato o primeiro grande ato de campanha para mostrar para a população que o MDB agora é parceiro principal do PSD de Brambila.

 

Agências são de Araranguá

A agência Control A, de Araranguá, do publicitário Eritob Paulino da Silva, é a responsável pela campanha de Edilane Rocha e Rodriguinho, do União Brasil.

A equipe da especialista em mídia Morgana Rabello, de Araranguá, é a responsável por levar para as redes a campanha de Cacaio e Alex.

Já a Performance Comunicação, também de Araranguá, que já atua durante a administração de Brambila e Volnei é agência de campanha da dupla PSD e MDB. Para quem compara as campanhas é possível ver o tamanho das campanhas. A do prefeito é uma megaprodução.

 

Com apoio do PT

A coligação de Cacaio de Oliveira (PP) e Alex Cichella (Podemos), chegou a conversar com PSD, PL, União Brasil e PT. Como o PT ficou de fora das alianças o ex vice-prefeito Everaldinho Pereira acabou declarando apoio à chapa Cacaio/Alex. Como PL e PT não estão na chapa majoritária a polarização nacional Lula x Bolsonaro não deverá chegar à campanha de Maracajá.