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Lula volta ao Sul para tratar de recursos; e o que Santa Catarina fará para prevenção de tragédias na Amesc

Embora haja uma parte da população descrente neste apoio, o socorro de Brasília para atender o Rio Grande do Sul no maior desastre climático da história, é mais do que necessário. Sem apoio do poder público, da iniciativa privada e até internacional – e com muitas mãos envolvidas – não tem como refazer a vida do povo gaúcho.

A boa notícia é que dá sim para reconstruir. Temos exemplos no mundo inteiro de países arrasados por guerras (o Plano Marsahall partiu dos Estados unidos para reconstruir Alemanha, Japão e Itália), por tsunamis, como os países asiáticos. Por outro lado, quando não há de fato uma ajuda internacional tão maciça, há dificuldades como Haiti arrasado por terremoto, e Iraque e Afeganistão, que além da guerra tem disputas étnicas e religiosas.

O presidente Lula da Silva (PT) embarcou nesta quarta-feira (15) para o Rio Grande do Sul para anunciar novas medidas para amenizar a crise.

 

Medidas de impacto imediato e longo prazo

Já passou pela Câmara dos Deputado e deve ser ratificado pelo Senado o projeto do Governo que permite o congelamento do pagamento da dívida e serviços do Rio Grande do Sul por 3 anos. Somente com este alargamento da dívida com a União, estimada em R$ 190 bilhões, estima-se a manutenção de R$ 11 bilhões no caixa de Eduardo Leite (PSDB).

O presidente Lula está criando um ministério específico para cuidar da Reconstrução do Estado do Rio Grande do Sul. O gaúcho de Santa Maria, deputado federal Paulo Pimenta (PT/RS), ministro chefe da Secom, será o ministro para enfrentar este cenário antes inesperado.

Num primeiro momento foram anunciadas ações estimadas em R$ 50 bilhões – Dinheiro emprestado para empresas via BNDES com juros subsidiados;

– Antecipação de recursos do Bolsa Família para cadastrados;

– Um voucher de R$ 5 mil para atingir de imediato 100 mil famílias, o que repasse do caixa na ordem de R$ 500 milhões (no país inteiro mais 70 mil pessoas adicionadas); 

–R$ 7 bilhões em subsídio direto do caixa da União e mais R$ 5 bilhões contingenciados do orçamento de ministérios para reconstrução de casas;

-R$ 3 bilhões já serão liberados de imediato na sexta-feira (17);

-Antecipação dos recursos do FGTS para quem tem valores depositados;

 

O que virá depois que as águas baixarem

A presença do governador Jorginho Mello (PL) junto do secretário da Defesa Civil Cel. Fabiano de Souza em Araranguá e Sombrio na segunda-feira (13) foi uma demonstração de que o Governo de Santa Catarina está preocupado com as consequências da crise climática que se abate sobre todo o país.

O prefeito César Cesa (MDB) lembrou que a comoção e assistência da população civil deve durar até quando as águas baixarem. Depois disso, quem tem que agir é o Poder Público. É inevitável que pessoas migrem para fora do Rio Grande do Sul. A Amesc se prepara para receber parte destas pessoas. Precisarão de casa, de atendimento social, de saúde, de escolas, de emprego….  

O governador Jorginho Mello (PL) disse entender que o estado tem que ser preparar para receber outro “tipo de mão de obra”, gente mais preparada, mais qualificada. Diferente da crise de refugiados africanos e haitianos, que se sujeitam aos trabalhos braçais. O povo gaúcho está acostumado a uma renda bem mais consistente.

Cel, Fabiano lembrou que o excesso de ajuda aos vizinhos gaúchos pode criar ainda um obstáculo aos empresários/comerciantes que precisarão reerguer suas empresas. Então, os governantes precisarão ajudar. Como no caso do apoio do setor de eventos no período da pandemia.

 

Obras estruturantes e o futuro

Na reunião, a ponte sobre o Rio Araranguá, foi o principal tema. Já que não saiu é possível pensar uma ponte até mais alta para passagem de embarcações, já que o Governo Federal pode liberar recursos para obra de fixação da foz do rio Araranguá. É preciso pensar agora, depois será tarde.

Antes de pensar que a Serra da Rocinha (SC-285) depois de pronta precisará de duplicação entre Timbé do Sul e Araranguá (BR-101). O governador Jorginho foi lembrado de que ainda não existe a federalização da SC-285.

Mello já pediu para sua equipe pensar em recursos para prevenção, obras de prevenção no futuro. Chegou a falar que o Rio Grande do Sul deveria pensar em abrir a Lagoa dos Patos para dar vasão às aguas que recebe do lago Guaíba, mas isto compete ao governo de lá.

Por aqui ficou a sensação de que irá de fato haver uma mudança na força de conscientização e investimentos em prevenção, como houve na época de Raimundo Colombo (PSD).

Tiago Zilli (MDB) deverá buscar apoio na Assembleia Legislativa para investimentos em obras de prevenção.