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Uma garota, Uma mãe, Uma vítima: Até onde os pais são responsáveis pelas atitudes dos filhos?

Em “Tudo que a gente sempre quis”, romance publicado pela Editora Arqueiro, escrito pela Americana Emily Giffin, refletimos sobre escolhas e como elas podem impactar a todos ao nosso redor.

 

A narrativa começa Nina, Kirk e Finch, uma família bem abastada e alguns valores a serem discutidos. Kirk é um homem que veio de origem tradicional, com uma família cheia de posses. Nina pelo contrário, cresceu com pouco, sempre se esforçou para fazer o mínimo ser muito. O casal tem um filho de 18 anos, um garoto que desconhece a palavra responsabilidade, mesmo tendo apenas uma função na vida; tirar boas notas.

 

Na outra ponta da trama somos apresentados a jovem Layl e seu pai amoroso Tom, sendo pai solo ele teve que lidar com os dilemas de criar uma filha sozinho. Tom teve um relacionamento com uma brasileira, e por este motivo Layla é latina, o que lhe acarreta muitos dilemas para lidar.

 

A vida dos dois seguia um rumo comum, como de qualquer outra família que lida com as dificuldades do cotidiano, até que Layla, com 16 anos tem sua intimidade exposta, uma foto dela inconsciente, seminua, vai parar na internet com a seguinte frase racista: “ela conseguiu o Green Card”. Tom, um pai dedicado vê seu mundo ruir, pessoas aleatórias recebem a fotografia da garota, além de ela estar exposta em redes sociais.

 

Layla, a vítima de tudo isso ainda tem que lidar com os problemas na escola, pois ela é bolsista, e como se trata de uma escola tradicional as leis são bem duras com relação a este tipo de situação.

 

Finch, o filho de Nina é acusado de ter sido o autor da foto, a mãe por sua vez reluta em acreditar que o jovem seria capaz de tamanha monstruosidade, mas ao contrário de muitas mães, ela decide que a garota merece mais, ela merece ser ouvida, ela é a vítima, e se seu filho fez isso tem que pagar pelo ato.

 

Um dilema familiar começa, e todos saem feridos, afinal algumas cicatrizes perduram uma vida inteira.

 

Uma história com um arco dramático, amargo, que toca nas feridas mais comuns da sociedade, que vai na questão de até onde os pais têm responsabilidades com os filhos?

 

Com uma abordagem necessária e sem romantizar temas sensíveis são expostos como problemas intrínsecos e com uma mãe tentando lidar com o filho agressor, mesmo que ela ainda duvide que ele tenha cometido tal atrocidade. Um pai tendo que ser o porto mais seguro para sua filha, e ter que lidar com os próprios sentimentos.

 

 Eu li e recomendo, boa leitura! – Mari Vieira