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Sucessão em Meleiro coloca prefeito e vice em lados opostos

Meleiro elegeu em 2020 Pedro Luiz Schuvartz, o popular Cotoco (PL) – comerciante do Distrito de Sapiranga, como vice-prefeito na chapa de Eder Mattos (PL).

O prefeito concorreu à reeleição em “chapa pura” depois de ter dado errado a operação que traria o PDT como vice. Eder Mattos levou o então vereador João Nazário do PSB para o PDT para construir maioria no partido e garantir a ex secretária de Saúde Santina Izé (PDT) como sua vice. No entanto, à época, em operação que contou com o aval do deputado estadual Rodrigo Minotto (PDT), Santina, que havia perdido a eleição anterior (2016) para Mattos, preferiu ser vice do ex prefeito Vitor Hugo Coral (PP).

O então vice-prefeito Rogildo Bordignon (PP) rompeu com Mattos logo no início do governo e se preparou para disputa em 2020, onde, com Reginaldo Ghellere (MDB) de vice e com apoio do PSD, enfrentou as duplas Eder/Cotoco – que ficou em primeiro lugar, e Vitor Hugo/Santina, que acabou em terceiro lugar.

Ao final, em 2020, Eder (PL) conseguiu 1.785 votos (34,53%) contra Rogildo (PSDB) que fez 1.746 votos (33,78%) e contra Vitor Hugo (PP) que fez 1.638 votos (31,69%).  Ou seja, apenas 2,84% separaram as três chapas, em uma eleição tripolarizada até o fim.

 

Clima piorou depois da Cersul

Em entrevista à Post TV na manhã desta quinta-feira (15), Pedro Luiz Schuvartz – Cotoco (PL), abriu o verbo e contou sobre a relação dele com o prefeito Eder Mattos.

 

ENTREVISTA COMPLETA

Apesar de ter assumido mandato por três vezes interinamente Cotoco apontou como principal motivo do afastamento do prefeito seu perfil centralizador. Ele contou que não teve espaço no governo ‘nem mesmo durante sua passagem como prefeito interino’. Contou que os secretários não podiam fazer nada sem consultar o prefeito afastado. Em resumo, o interino dava uma ordem, que só era cumprida se o prefeito afastado autorizasse. A caneta entregue era sem tinta.

O clima já era desconfortável entre ambos e ainda ficou pior quando Cotoco apoiou a chapa 1 – Andrei Magagnin/ Valdo Rocha como presidente da Cersul enquanto Eder Mattos apoiou a chapa 2 – Selvino Londero / Pedrinho Motta. A partir daí, Cotoco passou a se sentir isolado dentro do governo.

 

Isolamento político

Para piorar ainda mais o clima, o prefeito definiu o caminho para sucessão com os nomes de Anderson “Nininho” Scarduelli (PL) – ex presidente da Câmara – e de Júlio César Oliveira (MDB) – atual secretário de Administração e Finanças. Mattos inclusive operou inclusive a reformulação do MDB para ter o comando da sigla e tê-la nas próximas eleições. Em 2020 o partido apoio Rogildo, mas não elegei nenhum vereador. Além de Júlio como presidente o ex vereador João Nazário também foi para o MDB.

Outra operação que pode ter ajudado a isolar o vice no PL foi a mudança do comando da sigla, que foi definido para Nininho presidir. Porém, até o momento, Mattos segue comandando o PL com mãos de ferro e não entregou de fato o comando para o novo presidente.

Em uma reunião recente (24/01) com cerca de 150 lideranças do PL (organizada pelos aliados do prefeito), a maioria absoluta deu aval ao nome de Nininho Scarduelli, que tem a preferência do prefeito, para sua sucessão. Porém, o mesmo grupo contrariou a vontade do ‘todo poderoso’. Quando foi colocada a opção de intenção de coligação do PL, mais de 80 lideranças disseram preferir o Progressistas; em torno de 30 disseram preferir aliança com o PSD de Márcio Fermo; e outros 30 e tantos concordaram com Mattos e disseram que o caminho era o MDB. Ou seja, há uma clara divisão.

 

Deve deixar o PL

Cotoco, fora da lista do PL, já foi sondado por outros partidos e deverá definir seu destino até 6 de Abril: pode ficar sem partido ou ir para uma sigla que não seja base de Eder Mattos. Pode até nem ser candidato a nada nas próximas eleições, mas estará distante do prefeito.

 

Nomes no páreo

Os nomes que estão sendo apresentados para contrapor a chapa apoiada por Eder Mattos (PL) são o do ex vice-prefeito Rogildo Bordignon (PSDB), do empresário Márcio Fermo (PSD, e os Progressistas Jonnei Zanette, Vitor Hugo Coral e Jonas Ostetto.