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Venezuelanos chegam a Turvo para trabalhar e recomeçar a vida

É na cidade de Turvo que oito venezuelanos pretendem recomeçar suas vidas a partir deste mês. Através do projeto Acolhidos, o grupo desembarcou em Santa Catarina após serem aprovados para trabalhar em uma empresa de reflorestamento. Os migrantes estavam morando no norte do país, fugindo da crise humanitária na Venezuela, e foram trazidos pela Força-Tarefa Operação Acolhida e pela Organização Internacional para as Migrações (OIM). Eles foram acomodados em moradias temporárias organizadas pela Associação Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI Brasil),
A empresa organizou um processo seletivo com refugiados e migrantes venezuelanos, com o apoio da AVSI Brasil. A associação gerencia sete abrigos de acolhimento para refugiados com o projeto Acolhidos por meio do trabalho. Conforme previsto no projeto, o objetivo é interiorizar esses migrantes ofertando oportunidades de emprego e moradia temporária. Eles também recebem acompanhamento social nos primeiros três meses na nova localidade.
O empresário Vilmar Angeloni de Souza comentou que a oportunidade surgiu por falta de mão-de-obra local. “Conversei internamente com os funcionários atuais e decidi procurar a ONG para saber como funcionava. Temos boas expectativas pois ao mesmo tempo em que suprimos essa necessidade da empresa, sabemos que também estamos ajudando essas pessoas a se restabelecerem com dignidade”, afirma.
Os recém-chegados conheceram a empresa e se ambientaram na empresa. Todos tiveram sua documentação organizada e receberam as vacinas necessárias.
A psicóloga Julia Andrade, que fará o acompanhamento social na localidade, a população se mobilizou para receber bem os migrantes, que são os primeiros a chegar na cidade através do projeto. “A cidade é muito pequena e a chegada de um grupo desses, chama a atenção de todos. Muitas pessoas levaram cestas básicas e mostram muita solidariedade com o grupo de forma totalmente espontânea, o que foi muito bonito. Desde o empregador, que tem sido muito parceiro para que todos se adaptem rapidamente, até os agentes de saúde local, servidores do SUS e da rede de Educação, que estão dando todas as condições para esta integração”, explica.
Os migrantes ainda conheceram as belezas de Timbé do Sul, aproveitando um momento de interação com a natureza e diversão. “Eles gostaram muito e estão gratos por toda a recepção. De fato, querem aproveitar essa oportunidade para crescer e colaborar com a cidade”, avalia.
A articuladora local da AVSI Brasil em Santa Catarina, Gabriela dos Anjos Duarte, também enalteceu a mobilização e acolhida dos turvenses. ” A cidade foi muito solidária. Antes mesmo da chegada deles, muitas pessoas já estavam mobilizadas para ajudar. Desde o aluguel das casas até o atendimento no CRAS e o próprio comércio local. Uma loja, facilitou as condições para a aquisição de bicicletas, para uma locomoção mais acessível. O grupo também é muito unido. Eles estão morando perto entre si e se ajudam bastante. Um deles, domina o idioma português e propôs alguns horários de estudo para ensinar o idioma para o restante do grupo”, explica.
O projeto Idealizado pela Fundação AVSI e implementado pela AVSI Brasil e Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), o projeto Acolhidos por meio do trabalho tem o envolvimento da AVSI-USA e conta com financiamento do Departamento de População, Refugiados e Migração do Governo dos EUA, para fortalecer as ações da força-tarefa humanitária da Operação Acolhida. O projeto conta com o apoio institucional da Casa Civil da Presidência da República, da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR); Organização Internacional para as Migrações (OIM), Rede Brasil do Pacto Global e de entidades da sociedade civil que atuam na temática do refúgio e da migração.