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“Milagre”: PM comenta salvamento de idoso engasgado

O 2° Sargento Vanderson Murilo Lemos conta como foi a situação heróica em que ele e os companheiros salvaram a vida de um senhor já sem sinais vitais

Baln. Arroio do Silva

Tudo corria bem naquele domingo, segundo dia do ano, no destacamento da Polícia Militar de Balneário Arroio do Silva, quando por volta das 13h10min, um veículo estacionou em frente ao grupamento, trazendo no banco traseiro um senhor de 72 anos de idade, já com parada cardiorrespiratória e sem os sinais vitais. O neto da vítima contou aos militares que durante o almoço, seu avô acabou se engasgando com um pedaço de carne, ficando sem respirar por cerca de cinco minutos.
Após tentar sem sucesso, com uma manobra, desobstruir as vias aéreas da vítima, os familiares optaram por levá-lo para o destacamento policial, pois era o ponto de ajuda mais próximo.
Sem pensar duas vezes, o 2° Sargento Vanderson Murilo Lemos, com apoio do Soldado Ranieri e Cabo Maicon, conseguiu realizar a manobra de Heimlich, fazendo com que o idoso expelisse o alimento que estava impedindo sua respiração. O Corpo de Bombeiros foi acionado e levou o homem até o Hospital Regional de Araranguá.
Contada assim, a história já é impressionante. Porém, quando o próprio sargento relata, é possível perceber todas as nuances emocionantes da situação. “Foi um milagre! Aquele senhor já estava sem vida, mas quando há esperança nada é impossível! Foi quando agarrei com todas as minhas forças para retirá-lo do carro, mas não consegui executar a manobra para desengasgá-lo pois ele era maior que eu e muito pesado. Com o apoio dos meus colegas, conseguimos salvá-lo”, comenta.
Ao chegar na PM, o paciente já estava com a pele roxa e sem sinais vitais, algo que deixou a própria família sem esperanças. Quando o homem retornou para casa, a emoção tomou conta dos parentes, que segundo o sargento, confiaram nos PMs no momento de maior desespero. “Um ponto importante que percebi, foi que aquela família reconheceu nós, policiais militares, como pessoas hábeis para aquela situação, que na verdade não possuímos tal qualificação. Fico muito feliz por saber que a sociedade vê a PMSC com esses bons olhos”, celebra.

Momentos marcantes

Nos 16 anos em que atua na PM, o sargento já enfrentou diversas situações de perigo, como um acidente em que um ônibus bateu em um poste de energia elétrica e os passageiros sofreram momentos de pânico e desespero. “A rede de alta tensão ficou na lataria do ônibus, e é perigoso a pessoa sair do ônibus, porque vai fazer o contato entre o chão e a estrutura do veículo e todos aqueles passageiros iriam morrer. Lembro que cheguei no local, o ônibus estava lotado, e o trabalho foi grande para mantê-los calmos e dentro do ônibus até a chegada dos bombeiros e da empresa que desligaria a energia”, comenta.
Naquele dia, ele precisou ter sangue frio para não assustar ainda mais os envolvidos na ocorrência. “Tinha uma mãe com a criança na janela, e queria jogar a criança para mim, porque ela achou que ia morrer e queria salvar o filho. Eu pedi para ela aguardar, e quando foi certificado que não havia mais risco, a mãe deu a criança para mim pela janela, e eu a agarrei. Não foi uma situação de salvamento propriamente, mas foi marcante, mexeu bastante o meu emocional”, recorda.
Nem só de momentos de sucesso é feita a vida de um policial militar, que às vezes atua de modo quase invisível na sociedade, mas o sargento não se vê fazendo outra coisa. “Sinto orgulho cada vez mais em poder envergar esta farda que por vezes pesa, mas também traz muitas alegrias, como foi essa de poder atuar como um herói para aquela família”, encerra.