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Reitoria e alunos da Ufsc se reúnem sobre professores para Medicina

Acadêmicos estão tendo apenas uma hora/aula por semana, das 41 previstas, por falta de professores; não há técnicos atuando no momento, enquanto que apenas 28 dos 60 professores que deveriam estar ensinando, foram contratados

Araranguá

A continuidade do curso de Medicina da Ufsc de Araranguá foi tema de uma reunião, na tarde desta terça-feira, dia 9, entre alunos e reitoria da universidade. O motivo seria o receio pela paralisação do curso por falta de professores. Atualmente, os acadêmicos estão tendo apenas uma hora/aula por semana, das 41 previstas na grade para esta fase. Esta aula ainda seria destinada a discutir o Trabalho de Conclusão de Curso, o TCC.
Conforme Eugênio Simão, diretor do campus de Araranguá, o encontro visa dar transparência ao processo, além de apresentar aos alunos o que está sendo feito para resolver o problema. Ele ainda diz que o objetivo agora é garantir que os acadêmicos mais antigos se formem dentro do prazo esperado. “Recebemos 30 das 60 vagas, e estamos esperando que o Ministério da Educação mande as outras para a contratação de professores efetivos”, comentou. Ele acrescentou que a universidade cumpriu seu lado no pacto com o MEC, e que está se adequando como pode, com professores exonerados ou que se aposentaram, para ocupar as vagas enquanto o ministério não resolve a situação.
Sobre a opção levantada por alunos para o remanejamento de professores de Florianópolis para Araranguá, Simão comentou que não é tão fácil como parece, mas já está sendo tratada com o campus da capital.
Enquanto acompanhavam a reunião de forma online, alunos se concentraram no pátio da universidade com cartazes, protestando e alegando que a Ufsc “abandonou” o curso.
Conforme o Calmed (Centro Acadêmico Livre de Medicina), a situação se arrasta há um bom tempo. Em abril de 2020, o grupo alertou a reitoria em Florianópolis sobre o perigo de paralisação do curso por falta de profissionais. Já em agosto deste ano, o Calmed acionou o Ministério Público, e pouco depois, um concurso para professores substitutos foi aberto pela universidade. Infelizmente, apenas seis candidatos se apresentaram para as nove vagas ofertadas, e por causa do salário, que não agradou aos interessados, apenas um profissional aceitou o emprego.
Sobre isso, a administração da universidade, através de nota, pontuou que por causa de determinações externas, as contratações só poderão ser efetivadas em 2022.
Atualmente, nenhum técnico está atuando no curso, enquanto 28 professores estão em exercício. “Antes da criação, em 2017, foi pactuado que receberíamos 60 docentes e 30 técnicos, mas isso não aconteceu e faz dois anos que a Reitoria não realiza concurso público para contratar novos profissionais, sendo que deveria ser gradativa a contratação deles”, comentou o estudante e secretário do Calmed, Vitor Henrique Macarini.
Ele ainda explica que o Calmed buscou informações até no Governo Federal, depois que a Ufsc disse que o problema estava no MEC. Por sua vez, após ser oficiado, o Governo Federal respondeu que a reitoria não pediu nenhum código para novas contratações.

Sem solução

A reunião terminou pouco antes das 18 horas, sem solução definida. Por enquanto, as aulas continuam como estão, no entanto, a reitoria se comprometeu a buscar os 60 professores para que o curso volte à normalidade.

FT UFSC