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Apae celebra 50 anos de existência

Representantes aproveitaram entrevista para resgatar histórias e enaltecer o trabalho de quem fundou a associação e ainda lutou pelos direitos das pessoas com deficiência

Araranguá

A Apae de Araranguá está celebrando 50 anos e para falar do assunto, representantes da instituição estiveram no programa Conexão Sul, da Post TV com a Rádio Som Maior. Clarinda da Vila, diretora da Apae, comentou sobre os números da instituição. De acordo com ela, a Apae de Araranguá já alcançou o número de 1.200 matrículas de alunos ao longo destas cinco décadas. Hoje, a associação atende apenas alunos de Araranguá, mas no início, até pessoas do Rio Grande do Sul chegaram a frequentar a entidade. “Além destas 1.200 pessoas, transforme isso em apoio às famílias. São muitas pessoas”, pontua. Atualmente, há 223 alunos frequentando a Apae araranguaense, recebendo atendimento de uma equipe pedagógica, inclusive para bebês recém-nascidos.
Apenas professores com formação em educação especial atuam na instituição, dando aulas de informática, artes, fanfarra, educação física, e outras disciplinas. “Também temos toda a equipe clínica, com médicos especialistas, fonoaudióloga, terapeuta ocupacional, psicóloga, serviço social… É uma gama, é uma empresa na verdade, a instituição que conta com a equipe com mais de 50 funcionários”, lista.
Ela ainda conta que estes números não seriam possíveis sem o esforço das diretorias antigas, que lutaram pelo público com deficiência. Clarinda ressalta como este trabalho tem mudado a vida das pessoas, dando mais qualidade de vida a quem tem deficiência. “No nosso plano pedagógico temos a idade limite de 99 anos para alunos, temos alguns ali há mais de 30 anos, e temos Apaes no estados com alunos quase dessa idade. É bom ver que eles alcançaram essa longevidade”, comenta.
A Apae não tem período determinado para matrículas, mas quem quer colocar filhos bebês na estimulação precoce, precisa entrar em uma fila de espera.
O transporte para a unidade é feito pela própria instituição, o que segundo Leonel Alves da Silva, presidente da associação, é mais um grande serviço oferecido pela instituição.
Durante a entrevista, ele também enalteceu o trabalho de seus antecessores e falou sobre como é administrar a Apae durante esta fase de pandemia, apesar das dificuldades. “Acho que é compensador, só de estar lá é gratificante. Eu tenho uma filha especial, sei o que é isso. Sou grato a Deus por estar como presidente há cinco anos”, declarou.

História viva

Alveri de Souza Aguiar, primeiro diretor financeiro da Apae, também esteve na entrevista e é uma peça viva da história da instituição. Sendo um dos fundadores da associação, ele participou de todas as reuniões de diretoria da Apae, e lembra de como foi o início desta história. “Passamos por muitas dificuldades, era uma coisa nova. Foi muito difícil. Aqui em Araranguá, o pai do movimento apaeano foi o professor João Krás Campos”, recorda.
Ele comenta que, na época, a importância da educação das pessoas com deficiência não era compreendida, e que foi preciso gastar muito sapato para chamar a atenção de legisladores e líderes de executivo para este público. “As coisas mudaram muito. No início, nós fomos o modelo. Não havia uma única Apae na Amesc, hoje tem treze. Conseguimos fundar oito ou nove aqui, mas fomos nós que começamos”, continua.
Alveri ainda conta que a primeira sede ficava “no meio do mato”, em uma alusão à distância do prédio do centro da cidade. Depois de muito trabalho, com a realização de eventos beneficentes e pedágios, e uma dedicação que nunca faltou, os serviços ganharam mais qualidade e os apaeanos, mais espaço.
A história da Apae se mistura com a do seu Alveri, que celebra o fato de ser amigo daqueles que chama de “excepcionais”, mesmo não tendo nenhuma pessoa com deficiência na família. “Me sinto muito orgulhoso de estar há 50 anos no movimento, sem nunca ter me afastado nenhum dia”, declarou.