Santa Catarina trabalha com o número de 85% da população totalmente imunizada – duas doses ou dose única – contra a Covid-19 para que o Estado comece a atingir a chamada “imunidade coletiva”. Em junho, durante entrevista ao ND+, o secretário André Motta Ribeiro apontava 70% das pessoas vacinadas para que se pudesse voltar a ter uma vida “com menos restrições”.
Segundo a SES (Secretaria de Estado da Saúde), o número (85%) é uma orientação do Ministério da Saúde e segue o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação. A reportagem tentou contato com o chefe da pasta para entender a mudança, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria.
Até o início da noite desta quinta-feira (21), Santa Catarina tem 3.927.332 pessoas totalmente imunizadas. O número corresponde a 64,14% da população apta para receber o imunizante, e 54,15% da população geral.
No entanto, não é possível precisar quando Santa Catarina irá atingir essa marca, uma vez que o tempo pode variar de acordo com a disponibilidade de novas doses da vacina encaminhadas pelo Ministério da Saúde.
Falta de doses
Vale lembra que, por falta de doses, a imunização com a vacina da Pfizer chegou a ser suspensa em Florianópolis no último fim de semana.
O imunizante, além de ser utilizado na segunda dose, também é aplicado como dose de reforço e exclusivamente para a vacinação de adolescentes. A situação foi normalizada após a chegada de novas doses.
Faltantes da segunda dose
No entanto, para atingir esses 85% é necessário mudar uma alta taxa negativa no Estado. Santa Catarina tem 423.965 pessoas que não retornaram para tomar a segunda dose da vacina contra a Covid-19.
Os números foram divulgados em levantamento feito pela Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina) na última terça-feira (19).
A situação preocupa, uma vez que é necessário completar o ciclo vacinal para estar protegido de maneira adequada contra o vírus.
O problema ocorre com imunizantes da AstraZeneca, CoronaVac e Pfizer (dados abaixo):
- AstraZeneca: 171.098 pessoas
- Coronavac: 137.263 pessoas
- Pfizer: 115.604 pessoas
“Com o esquema completo é possível estimular o sistema imunológico a produzir um número maior de anticorpos. As pessoas que atrasam a segunda dose correm o risco de, uma vez infectadas, apresentar um quadro grave de coronavírus”, explica o superintendente de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário.
“Elas [pessoas] também contribuem para a disseminação de variantes de preocupação, além de prejudicar a imunidade coletiva provocada pela vacinação, protegendo aqueles que ainda não puderam se vacinar, como as crianças”, finaliza.
Fonte: ND+