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Com alta da carne bovina, cresce busca por outras carnes

Pesquisa da Associação Catarinense de Supermercados (Acats) divulgada nesta terça-feira (3) apontou que cresceu a preferência dos consumidores catarinenses por proteínas de origem animal que não a carne bovina. A pesquisa feita pela Acats apurou o crescimento no consumo de carne suína (+6,6%), ovos (+4,3%), carne de frango (+3,3%), e pescados (+2,2%). A pesquisa foi realizada junto a associados da entidade de todos os portes e regiões do Estado, considerando o primeiro semestre de 2021 na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Conforme apurado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o consumo de carne bovina entre brasileiros caiu para o menor nível em 25 anos. Não bastasse a perda de renda da população, os preços de cortes bovinos dispararam na esteira de valores recordes da arroba do boi gordo, limitando o consumo interno.

Neste sentido, os preços de cortes conhecidos como “de segunda”, historicamente sempre mais baratos, acabaram recebendo reajustes muito superiores aos cortes chamados “de primeira”, o que aproximou bastante o custo entre os dois grupos. As variações apresentadas pelos fornecedores ficaram entre 35% e até 50% em alguns cortes específicos.

O presidente da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), Francisco Crestani, considera uma movimentação normal de mercado essa mudança na preferência e que pode ter como justificativa principal o bolso mais apertado do consumidor.

“A taxa de inflação ganhou uma tração muito forte desde o início da pandemia, o que retira o poder de compra da população fazendo com que as cestas de compras tenham itens realmente básicos e mais em conta. A carne bovina registrou as maiores variações de reajustes e não vemos perspectivas de mudanças no curto prazo”, afirma o dirigente.

Segundo as consultorias especializadas no agronegócio, o atual panorama não deverá ser alterado no segundo semestre. A expectativa do mercado é que os preços da arroba do boi gordo podem alcançar os patamares dos R$ 340/@ a R$ 350/@ no segundo semestre no período de setembro a outubro.

Como a exportação está super aquecida e com cotações em alta, não é o mercado interno que dita o preço neste momento, mesmo com uma retração da demanda do consumo, analisa um consultor do agro. Ele destaca que o preço em dólar da tonelada de carne bovina exportada agora no mês de julho está 32% superior ao mesmo período de 2020, sendo assim um canal bem mais rentável para o setor produtivo em relação ao mercado interno.