Acontece neste sábado, dia 24, o lançamento do tour virtual pelos geossítios do entorno das obras da BR-285, na Serra da Rocinha, em Timbé do Sul e Morro Grande. A ação é promovida pelo Geoparque Caminhos dos Cânions do Sul, aspirante à Geoparque Mundial da Unesco, e o Dnit e ocorrerá com a publicação de quatro vídeos com visão 360° de geossítios de Timbé do Sul e Morro Grande no canal do Youtube do Geoparque em comemoração ao I GEODIA Nacional.
O foco do GEODIA é divulgar as geociências para o público em geral. O evento é uma iniciativa da Associação Brasileira de Defesa do Patrimônio Geológico e Mineiro (AGeoBR), da Sociedade Brasileira de Geologia (SBG), da FEBRAGEO (Associação Brasileira de Geólogos e do Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
Através do tour virtual, o público poderá fazer uma visita aos geossítios Portal do Palmiro, Cachoeira da Cortina, Paleotocas da Três Barras e Cachoeira do Bizungo. Com isso, a organização espera inserir o público na experiência, valorizando as paisagens e os sons da natureza, nos diferentes cenários das trilhas que levam aos geossítios. O tour ainda poderá servir de experiência pedagógica de aprendizado.
A realização foi possível através da parceria entre o Consórcio Intermunicipal Caminhos dos Cânions do Sul e a Gestão Ambiental da BR-285/RS/SC (STE S.A.). A produção é da Rastro Ecologia Criativa e do HUBITTAT.
Um grupo de pesquisadores já visitou a área nesta semana para conhecer melhor a região. Entre eles estava o geólogo Luiz Carlos Weinschutz, que gostou do que viu no local. “Tivemos oportunidade de visitar cinco estruturas, uma delas impressionante, um túnel escavado por pouco mais de sessenta metros, quase dois metros de altura por um metro e oitenta de largura, ali na região de Morro Grande, que chamou muito a atenção, principalmente pelas marcas das garras que animais deixaram. É algo muito importante para a ciência”, contou ele em entrevista ao Conexão Sul, programa da Som Maior e Post TV.
A visita foi documentada e será produzida em breve, mostrará à população local um pouco mais da riqueza histórica da área. “Há pouco mais de dez mil anos havia ali animais de porte enorme, quase do tamanho de um carro, tatus, bichos-preguiça gigantes, e hoje os vestígios estão aí para serem estudados”, acrescenta. O geólogo ainda pontua que a região tem condições que preservaram melhor esses vestígios, sendo que mais de 50 estruturas deste tipo foram localizadas já dentro do Geoparque. O levantamento de novas estruturas, porém, continua.
Weinschutz conscientiza que nenhuma busca deve ser feita sem guias locais, por exemplo, e que nenhum material deve ser recolhido. Além disso, muitas das tocas são estruturas frágeis com risco de desabamento.
Além do tour virtual, o GEODIA apresentará 12 horas de atividades simultâneas, das 9 h às 19 h, com a participação de diferentes grupos e entidades de todos os estados do Brasil. A programação está disponível no site: https://www.ageobr.org/geodia
