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Faturamento das empresas de TI de SC supera o de MG e RJ, diz estudo

O Brasil encerrou o ano passado com 306 mil empresas de tecnologia, sete mil a mais que em 2018, em mais um indício da pujança do ecossistema de startups no país antes da pandemia.

É o que diz um estudo inédito da Acate, associação catarinense de empresas de tecnologia em parceria com a Neoway, empresa de softwares de big data Neoway e a Finep, estatal de financiamento à ciência. O estudo deve ser lançado em webinar nesta terça-feira (11) à noite e foi obtido em primeira mão por EXAME.

O estudo levou em consideração o número de empresas inscritas em fontes de dados públicos como Receita Federal e Juntas comerciais das 27 unidades da federação.

O dado de 2019 vem na sequência de anos ruins para o ecossistema empreendedor brasileiro. Entre 2015 e 2018, o número de empresas cadastradas como sendo de tecnologia no país caiu perto de 9%.

Os números, contudo, ainda não medem o impacto da pandemia sobre o setor. “Os resultados são positivos”, diz Carlos Eduardo Monguilhott, presidente da Neoway e um dos coordenadores do estudo.

O estudo traz ainda recortes particulares sobre o ecossistema de tecnologia de Santa Catarina, reconhecido como um dos estados mais avançados no setor. As empresas catarinenses de TI faturaram 17,7 bilhões de reais em 2019, uma alta de 12% em relação ao ano anterior.

Com o resultado, o ecossistema de Santa Catarina teve um faturamento superior ao de estados mais populosos, como Minas Gerais (onde o setor teve receitas de 14,4 bilhões) e Rio de Janeiro (10 bilhões).

Atualmente, os catarinenses ficam atrás de paulistas, paranaenses e gaúchos entre os estados com mais riqueza gerada por empresas de tecnologia. Uma particularidade importante do ecossistema é o de ser formado em grande parte por empresas de pequeno e médio porte e fundada no próprio estado, na visão de Iomani Engelmann, presidente da Acate.

Apesar do oba-oba, o ecossistema de tecnologia em Santa Catarina também tem desafios. A começar pelos impactos da pandemia. Em função da crise, perto de metade dos associados recorreu a programas do governo para postergar o pagamento de impostos ou amortizar o custo da folha trabalhista. Perto de 1.000 postos de trabalho foram cortados em abril. “A torcida é para que os efeitos da crise sanitária passem logo”, diz.