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Uso da tecnologia aeroespacial pode ajudar na retomada da economia

Nesta quinta-feira (18), a Federação das Indústrias de SC (Fiesc) realizou uma conferência online para debater o uso da tecnologia aeroespacial na indústria. De acordo com os participantes, o setor espacial vai além do lançamento de foguetes, e pode ser utilizado para atender desde necessidades de segurança, até a exploração das atividades econômicas, incluindo a recuperação após a crise do Coronavírus.

Neste sentido, a Fiesc lançou o Programa Travessia, que pretende retomar e desenvolver a economia do Estado de maneira sustentável. Um dos pontos do Programa é a preparação das indústrias para perceberem as mudanças, tornando o setor mais inovador e competitivo. Para isso, será preciso uma integração cada vez mais da indústria aeroespacial com o outros setores da economia.

“O uso da tecnologia espacial pode ajudar muito no desenvolvimento das ações em diversos setores, além de melhorar a eficiência da indústria catarinense, que já desponta como diversificada e competitiva”, destacou o presidente da entidade, Mario Cezar de Aguiar.

Um dos setores que pode ser mais beneficiado com o uso da tecnologia aeroespacial é o agronegócio. Entre as aplicações estão o monitoramento e contagem de rebanhos, gerenciamento de água e medições do volume de produção. Além disso, também há uma forte influência na logística, já que o Governo Federal utiliza informações aeroespaciais para determinar quais obras de infraestrutura são necessárias.

Outra questão apontada foi o aumento da produtividade. Isso porque há necessidade de aumentar a produção, mas também dificuldade na expansão territorial devido às consequências ambientais. Para resolver essa situação, o desenvolvimento de tecnologias espaciais pode ser essencial.

“O nosso território é muito grande e impõe diversas obrigações. Não existe outra maneira de gerenciar isso sem recursos de satélites. Uso de conhecimento avançado em tecnologia irá a aumentar a produtividade. A tecnologia espacial não é só levar o homem para a Lua, a gente precisa aplicar esse conhecimento em áreas como a indústria e o agronegócio”, ressaltou o diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos da Agência Espacial Brasileira (AEB), Cristiano Augusto Trein.

Pensando nesse cenário, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) projeta algumas tendências que vão moldar o desenvolvimento da produção agrícola no país. Entre elas estão as mudanças socioeconômicas e climáticas, o protagonismo do consumidor e a convergência tecnológica e de conhecimentos na agricultura.

“Isso é o que a gente chama de Agro 4.0, onde a tecnologia é utilizada em todos os processos de tomada de decisões na agricultura. O sucesso do agronegócio no país só se dá por conta da ciência, já que a atividade agrícola é muito mais favorável em climas temperados do que no tropical brasileiro”, afirmou o secretário de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Bruno Brasil.

Além de Aguiar, Trein e Brasil, participaram do encontro a presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc, Maria Teresa Bustamante; o diretor de Inovação e Competitividade da Fiesc, José Eduardo Fiates; a chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Territorial, Lucíola Magalhães; e o presidente da Visiona Tecnologia Espacial, João Paulo Rodrigues Campos.