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Saída de Borba e o futuro de Carlos Moisés

Douglas Borba deixa o posto de secretário chefe da Casa Civil e passa a se dedicar a sua defesa na investigação deflagrada pelo Gaeco (MP, PC e TCE) batizada de Operação O2, uma relação direta com a investigação com a compra “pra lá de suspeita” de 200 respiradores da empresa Veigamed (cujo telefone está ligado a uma casa de massagens).

O governo de Carlos Moisés (PSL) estava sangrando por causa desta malfadada compra, que envolveu pagamento antecipado de R$ 33 milhões à empresa.

Antes já havia levantado suspeitas a tentativa de implantação de um hospital de campanha na cidade de Itajaí, em que seriam gastos R$ 76 milhões. A compra foi cancelada, mas o desgaste ficou na conta do governo, especialmente para as Secretarias da Saúde e da Defesa Civil.

 

FOI A SEGUNDA QUEDA

A crise dos respiradores já havia derrubado o secretário de Saúde, Helton de Souza Zeferino, substituído pelo médico André Motta Ribeiro.

Agora, foi a vez do secretário Borba, que deve levar junto o adjunto Matheus Hoffmann, e outros cargos indicados pelo agora ex-secretário.

 

‘DE VOLTA AO LAR’

Douglas Borba, que trocou o PP pelo PSL e volta para a Câmara de Vereadores de Biguaçu, onde irá enfrentar um pedido de cassação aberta pelos colegas.

Além disso, não será mais o secretário geral do PSL, foi afastado pelo deputado estadual Fábio Schiochett, presidente estadual do partido.

 

E O PROJETO DE REELEIÇÃO?

O ex homem forte do governo saiu após a pressão do próprio secretariado de Carlos Moisés, porque já não tinha mais como se manter no cargo. Politicamente, o ex secretário da Casa Civil e do PSL, ajudou a criar problemas com os partidos que davam apoio a Moisés.

Com a perda de apoio da ala bolsonarista do governo, o grupo que definiu que faria um PSL forte (aliados de Luciano Bivar), acabou avançando sobre os prefeitos de partidos de várias siglas, em especial o PSDB, que reclamou muito a perda de Prefeituras.

 

PERDA DE APOIO NA ALESC

Ao pensar em 2022, os articuladores do governador se esqueceram de que haveria repercussão na Assembleia Legislativa. A criação de um Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) por unanimidade da Comissão Especial é uma mostra disto.

A facilidade que havia em 2019 para aprovar projetos polêmicos, se transformou em um parto.

 

A LIDERANÇA DA ALESC

A saída para a oposição do PL, que tinha o líder do Governo (Maurício Escudlark), criou nova ferida.

Depois disto, a negativa do MDB a Luiz Fernando Vampiro para exercer o cargo, foi a senha para nova ferida aberta.

A ida da deputada estadual Paulinha (PDT) para liderança do governo foi vista pelos bolsonaristas como um aceno fatal à esquerda.

 

CHANCE DE VOLTAR PRO JOGO

Agora, com a saída de Douglas Borba, abre-se uma oportunidade para o governador colocar alguém no posto de secretário chefe da Casa Civil que tenha capilaridade suficiente para ajustar a parte técnica do governo, mas também de fazer a interlocução com o parlamento.

Ou é isto, ou o atual governo irá “sangrar até o final de 2022”. Afinal de contas, sem recursos para dar aos prefeitos, o ‘tiro certeiro’ que colocaria o PSL no jogo nas eleições de Outubro deste ano, pode se tornar o maior “tiro de festim” da história da política catarinense.

A eleição tem o poder de levar Moisés a ter chances de reeleição em 2022, ou de enfraquecê-lo ainda mais ao ponto de deixa-lo derrotado por antecipação.