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Farmácias da região notam grande procura por cloroquina

Como já era esperado, bastou a suspeita de que a cloroquina ajuda no combate ao coronavírus e logo começou uma corrida às farmácias. O medicamento, que é usado contra doenças como malária e artrite reumatóide, se tornou um dos mais procurados, e segundo o farmacêutico Elias Andrade de Souza, que está fazendo pós-graduação em farmácia clínica com foco em prescrição farmacêutica e atende em uma farmácia em Araranguá, muita gente tem ignorado os avisos das autoridades e buscado a prevenção no remédio. “Assim que saiu a notícia, tivemos muitas ligações. Mas como já sabíamos dos riscos de utilizar sem consentimento médico ou uma real necessidade, investigávamos antes de informar a disponibilidade”, explica. 

Ainda segundo ele, o movimento aumentou também de pessoas em busca de fortalecer sua imunidade, além de comprar mais equipamentos de EPIs, como luvas e máscaras. Porém, quando esses itens ficaram escassos, alguns clientes acharam que o mesmo aconteceria com a cloroquina. “As pessoas ficaram com medo de faltar o remédio caso precisassem, então, queriam mesmo que isso fosse prejudicar outras pessoas, e até levando a condições extremas de saúde os verdadeiros usuários do medicamento. Isso sem contar que alguns já tinham intenção de utilizar como prevenção, algo que nunca foi cogitado”, acrescenta.
A mesma procura foi notada pelo gestor de uma farmácia em Sombrio, Cristiano da Silva Paulino. Porém, há um agravante: os clientes estão buscando outro medicamento que também está sendo estudado para o combate do coronavírus no momento, mas ainda não teve sua eficácia comprovada. “Procura tem, até mesmo sem receita, mas a gente aconselha. Nem temos aqui agora. O público vem perguntar, saber quando chega, se tem que ter receita. No momento, inclusive, saiu um pessoal que está trocando pela ivermectina”, conta. A Ivermectina é um medicamento usado no tratamento de diversas infecções causadas por vermes e parasitas que se instalam no organismo. Estudos preliminares apontam que a ivermectina pode ajudar na cura da Covid-19, mas os estudos estão atrasados em relação ao estudo envolvendo a cloroquina. 
Segundo Cristiano, muitos clientes, apesar de citarem matérias e reportagens sobre o assunto, ignoram os efeitos colaterais que o uso do remédio possa causar. “Orientamos que não pode ficar tomando, que não é para prevenir, que não pode tomar por conta própria, mas eles vêm em busca de imunidade”, relata.
A busca por equipamentos de proteção também é grande, principalmente quando os primeiros casos foram registrados na região. Filas chegaram a se formar na busca por máscaras, luvas e álcool em gel. Porém, ainda falta muito para um cuidado realmente efetivo por parte da população para evitar o contágio. “Penso que o pessoal aqui de Sombrio começou a tomar consciência, mas ainda acha que é férias essa situação, mas não é, não pode levar na brincadeira, entra na farmácia para comprar tintura, desodorante…”, conclui.
Um novo remédio deve começar a ser testado no Brasil, descoberto por cientistas nesta semana como uma nova esperança para combater o coronavírus. O nome do medicamento, porém, não foi divulgado. O objetivo, segundo ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, é evitar uma nova corrida às farmácias.