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Entidades comerciais pedem ao governador fim gradativo de isolamento

Estado/Araranguá – Aline Bauer / Jornal Enfoque Popular

Diversas entidades do setor econômico encaminharam um ofício ao governador do estado, Carlos Moisés, defendendo a necessidade de retorno gradativo às atividades do setor.

No documento, o grupo reconhece a importância do esforço do governo no combate ao coronavírus, dentre eles a imposição do isolamento social e da interrupção de atividades econômicas. Porém, os órgãos dizem que é preciso voltar ao trabalho, para que a roda da economia recomece a girar. 

Dentre as sugestões das entidades está a sugestão de iniciar imediatamente o planejamento da retomada da atividade econômica, formando um comitê que inclua lideranças empresarias, com objetivo de que a reabertura gradativa aconteça a partir do dia 30/03/2020;  destravar gradativamente os segmentos do setor produtivo para evitar um colapso econômico e social sem precedentes; focar estratégia de quarentena e isolamento para os grupos de risco, liberando parte da força de trabalho para retorno às atividades, priorizando, quando possível, o home office; e permitir que as empresas operem com horário ampliado, para evitar aglomerações e possam distribuir os atendimentos”.

Outras medidas foram listadas focando em um manejo que faça, gradativamente, a indústria e o comércio catarinenses voltar a movimentar a Economia, sem afetar a saúde da população em geral.

Ainda no ofício, as entidades dizem entender que medidas para “acréscimo da capacidade do sistema de saúde do Estado de Santa Catarina se fazem urgentes, de maneira a contribuir com a flexibilização nas medidas de isolamento social”, e que juntas, iniciativa privada e pública podem continuar protegendo vidas e ainda retomar a atividade econômica.

Da região Sul do Estado, assinam o ofício a ACIC – Associação Empresarial de Criciúma e ACIVALE – Braço do Norte.

Araranguá aguarda orientações

Segundo o presidente da Aciva, Associação Empresarial de Araranguá e Extremo Sul Catarinense, André Serafin, há o anseio de voltar à ativa, mas existe uma preocupação com a saúde dos associados.

“Estamos mantendo conversa com outras entidades e associados. Nós queremos trabalhar, mas nossa maior preocupação é com nossos colaboradores, com a saúde deles. Vamos seguir a orientação do governador e do presidente. Vamos continuar conversando, nosso foco é nosso colaborador”, disse.

Serafin ainda argumentou que há uma preocupação com a saúde das empresas, já que sem elas, o mercado fica desabastecido. Porém, o mais importante ainda são as vidas envolvidas no processo comercial e industrial.

Para que uma coisa não afete a outra, André acredita que é preciso confiar na gestão governamental mantendo o diálogo e a atenção.

“Se ele está flexibilizando, isso é uma necessidade, não só das empresas, mas da população. Não adianta as empresas fecharem, não vai adiantar nada também. Com a flexibilização que ele está propondo, o foco é ter menos pessoas na rua, e que as empresas consigam suprir as necessidades das pessoas e empresas em geral, porque é uma teia”, conclui.

Já Everaldo Apolinário João, presidente da CDL Araranguá, disse que a entidade segue em estado de atenção. “Estamos aguardando as decisões das esferas estadual e federal em todos os segmentos, trabalhista, tributária… E pressionando o Governo, através de alguns documentos através da FCDL, para ver alguns setores da Economia que já podem começar a trabalhar, senão, a situação vai ficar delicada. Estamos com algumas ideias pós-restrições para fazer localmente algumas ações que possam aquecer o comércio local”.

TEOR COMPLETO DA CARTA DO MOVIMENTO DE ENTIDADES REAGE SC

Of. 0001/2020 Florianópolis, SC, 25 de março de 2020.

Ao Senhor CARLOS MOISÉS DA SILVA

Excelentíssimo Governador do Estado de Santa Catarina Nesta Capital Senhor Governador,

É consolidado o conhecimento que a pandemia provocada pela COVID-19 tem demonstrado uma capacidade de contaminação incomensurável, inclusive para o setor produtivo mundial, o que não diferentemente se observa em nosso estado.

Notadamente, são louváveis todos os esforços envidados por esse governo no sentido de contenção da pandemia e preservação do todo.

Recentemente, não somente empresários, mas médicos, tem se manifestado no sentido de uma condução mais reconciliatória na retomada rápida da atividade econômica com a minimização do risco associado com a epidemia de Covid-19.

Muito tem sido discutido e proposto em relação ao manejo da pandemia de Covid-19 focando em isolamento social, quarentena, fechamento em massa de empresas e negócios, uma virtual parada da atividade econômica.

Frequentemente esta discussão é colocada de forma bastante simplista, “basta ficar em casa” e “salvar vidas é mais importante do que a economia”. Isto desconsidera o enorme impacto humanitário e social de uma recessão econômica profunda, que afeta principalmente os segmentos mais vulneráveis da população.

Logo, não há que se negar a existência de nítidas evidências científicas claras de que recessão em países em desenvolvimento, e mesmo em países desenvolvido, aumenta a mortalidade em geral, novamente, em especial nos grupos sociais e economicamente mais vulneráveis.

Ainda, é importante destacar que há tanto uma baixa capacidade de oferta de liquidez às empresas, tendo em vista a condição fiscal dos governos estadual e federal; quanto um possível agravamento do quadro fiscal tendo em vista a queda na arrecadação pelo prolongamento do isolamento e quarentena.

É urgente, portanto, registrar a nossa máxima preocupação em face aos milhões de empregos e milhares de empresas que estarão sucumbindo diante da intensa restrição de convívio social, o que, em nosso entender, pode-se amenizar com algumas das considerações que registramos abaixo:

a) Iniciar imediatamente o planejamento da retomada da atividade econômica, formando um comitê que inclua lideranças empresarias, com objetivo de que a reabertura gradativa aconteça a partir do dia 30/03/2020.

b) Destravar gradativamente os segmentos do setor produtivo para evitar um colapso econômico e social sem precedentes;

c) Focar estratégia de quarentena e isolamento para os grupos de risco, liberando parte da força de trabalho para retorno às atividades, priorizando, quando possível, o home office;

d) Permitir que as empresas operem com horário ampliado, para evitar aglomerações e possam distribuir os atendimentos;

e) Determinar o funcionamento das indústrias, do comércio e de serviços, mesmo que seja em regime de escalas com suas equipes alternadas caso o setor produtivo tenha essa possibilidade (adequando a cada tipo de segmento);

f) Determinar que os segmentos de serviços, comércio varejista e atacadista, que mantenham o controle de acesso dos clientes respeitando as distâncias mínimas e fornecendo meios para a higienização dos colaboradores e clientes;

g) Fornecer equipamentos de proteção para os colaboradores de vendas, produção e entrega, os quais possam, de alguma forma ter contato com outras pessoas;

h) Garantir aos colaboradores que se enquadram no grupo de risco fiquem de quarentena;

i) Retorno de atendimento mínimos em todas os órgãos da administração pública direta;

j) Criação de canais de atendimento via whatsapp, telefone e e-mail por parte de todos os órgãos estaduais, para recebimento de documentos e solicitações, com atendimento imediato, maximizando a automatização dos processos e a digitalização do governo;

k) Veto de qualquer legislação que controle preços de mercado, por compreender que resultam inevitavelmente em redução de oferta e escassez de produtos essenciais, bem como que são inválidos por inconstitucionalidade;

l) Possibilidade de retirada de produtos no local, através e sistema de drive-thru ou outro ponto no estabelecimento;

m) Campanhas publicitárias de conscientização sobre a necessidade de retomada econômica e de minimização do medo de sair de casa incutido na população pelo momento pandêmico atual, proporcionando que as populações de baixo risco voltem a circular e viver suas vidas de maneira mais próxima do normal.

Entende-se também que medidas para acréscimo da capacidade do sistema de saúde do Estado de Santa Catarina se fazem urgentes, de maneira a contribuir com a flexibilização nas medidas de isolamento social.

Por fim, entendemos que, juntos, podemos seguir mantendo o Pulso de Santa Catarina, protegendo vidas, retomando a atividade econômica produtiva e buscando um futuro para o nosso pujante estado catarinense.

Agradecemos antecipadamente a vossa sensível atenção e pronto atendimento ao presente pleito, cujas organizações signatárias manifestam.

Atenciosamente,

  • ABRAPE – Associação Brasileira de Promotores de Eventos
  • ABRASEL – SC
  • ACATE – Associação Catarinenses de Tecnologia
  • ACATS – Associação Catarinense de Supermercados
  • ACEPA/CDL – Associação Comercial e Empresarial de Palma Sola
  • ACIB – Associação Empresarial de Blumenau
  • ACIBIG – Associação Empresarial e Cultural de Biguaçu
  • ACIC -Associação Comercial e Industrial de Chapecó
  • ACIC – Associação Empresarial de Canoinhas
  • ACIC – Associação Empresarial de Criciúma
  • ACID – Associação Comercial e Industrial de Descanso
  • ACIF – Associação Empresarial De Florianópolis
  • ACIG – Associação Empresarial de Gaspar
  • ACII – Associação Comercial e Industrial de Itajaí
  • ACIIO – Associação do Comércio e Indústria de Iporã do Oeste
  • ACITA – Associação Comercial e Industrial de Itá
  • ACIL – Associação Comercial e Industrial de Lages
  • ACIM – Associação Empresarial de Mondaí
  • ACIP – Associação Comercial e Industrial de Palmitos
  • ACIP – Associação Empresarial de Palhoça
  • ACIP – Associação Empresarial de Pomerode
  • ACIP – Associação Comercial e Industrial de Pinhalzinho
  • ACIPG – Associação Empresarial de Presidente Getúlio
  • ACIRS – Associação Empresarial de Rio do Sul
  • ACISA-CP – Associação Comercial e Industrial de Cunha Porã
  • ACIS – Associação Comercial e Industrial de Seara
  • ACIS – Associação Comercial e Industrial de Sertãozinho
  • ACISJO – Associação Comercial e Industrial de São João do Oeste
  • ACISMO – Associação Empresarial de São Miguel do Oeste
  • ACIT – Associação Comercial e Industrial de Tijucas
  • ACITC – Associação Comercial e Industrial de Trombudo Central
  • ACIUR – Associação Empresarial de Urubici
  • ACIX – Associação Comercial e Industrial de Xavantina
  • ACIVALE – Braço do Norte
  • ADVB – SC
  • ADAC – Associação de Distribuidores e Atacadistas Catarinenses
  • AE – Associação Empresarial de Maravilha
  • AEA – Associação Empresarial de Agrolândia
  • AEMFLO
  • CDL / SÃO JOSÉ
  • AECF – Associação Empresarial de Coronel Freitas
  • AMI – Associação do Município de Iraceminha
  • ASSEMIT – Associação dos Empresários de Itapiranga
  • AVIP – Associação Visite Pomerode
  • CDL – FLORIANÓPOLIS
  • CDL – CHAPECÓ
  • CEC – Centro Empresarial de Chapecó
  • FACISC – Federação das Associações Empresariais de SC
  • FECOMERCIO – Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina
  • FORTUR – Fórum de Turismo de Florianópolis
  • FLORIPA SUSTENTÁVEL • SEBRAE – SC