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Adolescentes combatem depressão compartilhando problemas em grupo  

O público jovem já é atendido no CAPS há tempos, mas a demanda chamou a atenção para a equipe buscar formas diferenciadas de combater o problema da depressão

A depressão na adolescência é um problema cada vez mais comum e difícil de lidar. Muitos pais não sabem como agir nesses casos, mas no Centro de Atenção Psicossocial de Araranguá, o CAPS, a equipe encontrou uma forma diferente de tratar esses pacientes. 

Através de um grupo, o Anjos da Vida, adolescentes de até 19 anos se reúnem e conversam sobre seus problemas. Livres para se abrirem sobre suas aflições, nos encontros nascem amizades e laços fraternos, que tomam o espaço antes ocupado pelo sofrimento e pela carência.

Segundo a coordenadora do CAPS, Fabiane Tierling, o público jovem já é atendido no CAPS há tempos, mas a demanda chamou a atenção para a equipe buscar formas diferenciadas de combater o problema da depressão. “Os casos já apareceram tem algum tempo, mas no ano passado é que nós sentimos necessidade de, ao invés de atender os pacientes adolescentes individualmente, a gente abre com psicóloga para o grupo. Acaba sendo um fator de proteção, também”, explica Fabiane. 

Ainda segundo ela, no grupo eles se identificam, já que falam a mesma linguagem, falam pelo celular, e isso ajuda a prevenir maiores problemas e ainda a tratar os que existem.

O Anjos da Vida possui certa rotatividade, então os jovens que estão hoje no grupo não são os mesmos que começaram. A equipe ainda relata que percebeu uma diminuição no número de frequentadores, mas isso não quer dizer que a adesão diminuiu. Na verdade, pode ser um efeito do trabalho desenvolvido pelo CAPS. “Nós temos todo um suporte na escola, estamos sempre conversando, vendo como eles estão”, comenta a coordenadora.

A psicóloga do grupo, Adriele Elias, ainda reforça: “Eles mesmos se policiam, perguntam como estão, percebem se alguém está mais triste, falam de suas experiências e de como foi seu dia”.

Para ela, os efeitos do grupo são os melhores para os adolescentes que estão passando por momentos difíceis e que, até, cogitam tirar a própria vida. “Dá um bom resultado, ajuda, com certeza. Os adolescentes, muitas vezes, tentam o suicídio para chamar a atenção dos pais, e nós trabalhamos isso no grupo”

O grupo se reúne todas as segundas-feiras à tarde, e abrange apenas jovens atendidos no CAPS. Frequentemente, são em torno de 20 adolescentes participando, mas o Anjos da Vida já contou com 36 participantes.