Search

EM TEMPOS DE KACKERS E OUTRAS VERGONHAS;

TEMPOS ESTRANHOS: UMA VERGONHA ATRÁS DA OUTRA

O país vive hoje um momento muito triste de sua história de desde os 519 anos desde o descobrimento (ao que conta a história oficial).

A disputa pela afirmação de um discurso dominação colocou o país entre a esquerda e a direita. Não que não houvesse dicotomia no passado, maniqueísmos provocados por dois lados de uma mesma moeda.

Ora era cristãos versus pagãos; ora era monarquistas x republicanos; outra vez era nativos x estrangeiros; negros x brancos; senhores-de-engenho versus escravos. Num passado mais recente era ricos x pobres; patrão x empregado.

O Partido dos Trabalhadores (fundado em 1980) e demais partidos ligados à esquerda trataram de ‘demonizar os empresários’, como se um não precisasse do outro dentro do atual modelo capitalista que o Brasil está inserido. Por outro lado, é inegável que esta pressão capitaneada por sindicatos ajudou a tornar mais justa a relação capital-trabalho.

O discurso que assustava os empresários em 1989 impediu que Lula vencesse Fernando Collor (PRN), que renunciou em 1992 para Itamar Franco (PMDB) concluir o mandato.

Depois de duas derrotas seguida para o PSDB de Fernando Henrique Cardoso, Lula e o PT mudaram o discurso e se abriram para alianças com partido de centro. Entre 1994 e 2014, foram 20 anos de nova dicotomia, de um lado tucanos, de outro petistas.

O PT venceu em 2002 em uma chapa de Lula (PT) e o já falecido José Alencar (PR) de vice e o Brasil ficou dividido mais ume vez. Tanto que o mote era “a esperança venceu o medo”.

PT QUERIA O PODER

O problema é que os trabalhadores chegaram ao governo, mas sem ter o poder. Demoraram a romper com estruturas de poder existentes dentro governo por anos dominado pela direita (PSD, PFL), centro-direita (PSDB) e centro-esquerda (PMDB).

Para vencer as eleições de 2006, Zé de Alencar teve que ir para o PMDB. E o PT fez muitos acordos, usou do balcão de negócios, se aliou a um arco de alianças de partidos da esquerda até a centro-direita. Esta aliança com o insaciável PMDB foi a mais cara, precisava ceder muitos ministérios. Até o Progressistas – antigo adversário político (que era Arena, PSD, PPR, PPB e foi PP), teve ministérios com o PT.

O projeto do PT era ficar 20 anos no poder – 2 com Lula, 2 com Zé Dirceu e fechar com Lula. Como Dirceu era o cabeça pensante do partido, não demorou a se tornar o político mais importante, e também o maior alvo dos adversários.

Era insaciável a pressão dos partidos por poder (cargos, dinheiro) e o PT se tornou o partido mais rico e poderoso do Brasil. O custo para chegar ao poder foi alto, mas para se manter no poder foi fatal. Teve mensalão, petróleo.

Ou alguém acredita que os partidos apoiaram o PT de graça? Além de dar vantagens, cargos, liberar emendas, o partido ainda teve que cooptar partidos para participar de sua chapa para eleger e depois reeleger a dupla Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB).

O PT não deu ao PMDB a importância que ele achava que tinha. Mesmo com um caminhão de políticos enrolados com denúncias de corrupção, liderados por Temer, tramaram para derrubar Dilma. O PT havia dito na campanha que o país estava uma maravilha, que não estava. O choque de realidade dividiu o país. O eleitorado de Aécio Neves (PSDB) não aceitou a derrota de 2014, e Dilma acabou deixando o cargo com Impeachment.

CAIU NO COLO

Aécio Neves (PSDB), neto de Tancredo de Almeida Neves, manchou a reputação do avô, se envolveu no mesmo esquema de financiamento de campanha por grandes empresas que consolidou o PT no poder.

Foi neste vácuo de reputações que surge o nome de Jair Bolsonaro (PSL) como o Messias, que poderia salvar a pátria amada dos “corruptos”. Ganhou as eleições com o apoio de boa parte das forças armadas do país e com o general Hamilton Mourão de vice.  

Bolsonaro venceu com méritos, conseguiu incendiar as eleições com discurso pesado contra a esquerda e o PT em especial. Colou no partido todos os males dos 500 anos de projeto de nação. Elegeu-se com Lula na prisão acusado de corrupção, com vários petistas na cadeia.

GOVERNAR O GOVERNO

O problema é que é preciso governar. Como o presidente não tinha a menor ideia do que iria encontrar, passou 9 meses desde a transição para tentar formatar o modelo de governo, com três frentes principais. Economia com Paulo Guedes; Casa Civil com Onix Lorenzoni (DEM); e Justiça e Segurança Pública com Sérgio Moro. Uma quarta frente é protagonizada pelos militares que estão ocupando muitos postos importantes.

Depois de negar em campanha que iria mexer na Previdência Social, o chamado Posto Ipiranga (Paulo Guedes) convenceu Bolsonaro que esta era a primeira bandeira a perseguir. Virou o recesso parlamentar com a Reforma aprovada em 1º turno na Câmara.

A força de Lorenzoni no governo fez o Democratas eleger Rodrigo Maia presidente da Câmara e Davi Alcolumbre presidente do Senado. Maia virou estrela e controlou o chamado Centrão na votação da Reforma, saiu forte do processo.

A terceira aposta, Sérgio Moro, parecia ter sido a “maior bola dentro” do Jair.

A VERDADE VEIO Á LUZ

Moro era o juiz que prendera poderosos, empresários e políticos. No entanto, ele fez algo impensável para um magistrado. Um juiz com concurso federal, bom salário e mordomias que o dinheiro público sustenta para esta categoria de privilegiados do Poder Judiciário, renuncia ao cargo para ser ministro, um cargo de livre nomeação do presidente.

O próprio Jair Bolsonaro revelou o “canto da sereia”. Disse que havia convidado Sérgio Moro para ser ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), topo da carreira. Deixou de ser juiz para ser político, diziam os mais inocentes.

As conversas de seu aplicativo Telegram, divulgada pelo site The Intercept e depois por vários veículos de comunicação, mostraram que Sérgio Moro era sim um ativista político, não em prol de Bolsonaro, mas um antipetista que capitaneou a maior operação de corrupção da história: a Lava Jato.

As conversas entre Moro e o Procurador Geral, Deltan Dallagnol (agora revelado como comandado por Moro junto com um grupo de procuradores e juízes) revelaram que a cadeira no STF era a meta; que Fernando Henrique (PSDB) era aliado; que Bolsonaro não estava no radar antes de vencer as eleições; que a República de Curitiba de fato usou do combate à corrupção para chegar ao poder; e que uma das é últimas reservas morais do país na verdade cometeu crimes, vazou conversas, e convenceu colegas a tirar Lula do caminho das eleições.

‘TIRANDO O POVO PARA OTÁRIO’

Não bastasse as grosserias contra a imprensa; a escolha de veículos de comunicação parceiros; a vergonhosa compra de apoio político no Congresso; as trapalhadas de vários ministros de seu governo; o envolvimento dos filhos em denúncias de corrupção; a denúncia de uso de laranjas em várias campanhas do PSL; a tentativa vergonhosa de levar o filho deputado para ser embaixador nos Estados Unidos; a guerra contra ambientalistas e ONGs nacionais e internacionais; a chantagem contra o presidente do STF, Dias Tófoli, agora o presidente Jair Bolsonaro nos faz passar nossa vergonha.

A Polícia Federal fez uma operação “sem pé nem cabeça” para buscar hackers que invadiram mais de 1.000 telefones de autoridades, como se estas tivessem relação com as conversas elevadas pelo The Intercept no auge da Operação Lava jato.

Nem Moro, nem juízes e procuradores entregaram seus aparelhos de celular para dar o start para a PF investigar; sinalizaram que estes “monstros” presos não serão enquadrados na Lei de Segurança Nacional, mas em crimes cibernéticos, com penas de 3 meses a 1 ano, que poder ser cumpridas em 1/3; as conversas que foram apontadas para estes hackers não batem com as do passado; um cara-de-pau ainda diz que pensava em vender para o PT as informações (sic); técnicos com um mínimo de conhecimento de informática não acreditaram que se trata dos mesmos invasores revelados pelo The Intercept; a PF ainda cogita a possibilidade de “queimar as provas”, deletar as conversas encontradas.

É muito sem nexo esta história. O que faz sentido sim é que a Polícia Federal busca um “bode expiatório” para salvar o chefe da vergonha de ter suas conversas privadas reveladas. Além do mais, a Rede Globo teve com exclusividade acesso aos autos com os depoimentos dos presos.

Definitivamente, estamos passando por mais um momento vergonhoso de nossa história. Culpa de todos que trabalharam para dividir o país de “nós contra eles”. Esta disputa pelo poder está custando muito caro para quem deveria ter atenção: a maioria da população, que acaba prejudicada pela ação de nossos políticos (que estão em todos os setores públicos e privados”.

R$ 3, 5 MILHÕES

Como foi adiantado pela coluna, Daniel Freitas (PSL), cumpre agenda na Amesc para trazer recursos para Passo de Torres, Balneário Gaivota, Sombrio, Ermo e Araranguá.