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Estadual agoniza sem obra

Mais de um ano e meio. Este é o tempo que a Escola de Ensino Básico Araranguá está esperando pela tão sonhada obra de reforma do prédio. Segundo a diretora da escola, metade do espaço está interditado, deixando alunos sem banheiros, refeitório, cozinha, laboratório, sala de educação física e outros cômodos.

A interdição parcial ocorreu em junho de 2017, quando foram encontradas rachaduras e infiltrações que causaram fissuras no prédio. “De lá para cá viemos buscando a obra. É preciso uma nova fundação e uma nova construção. Aquela parte precisa ser tirada dali”, comenta a diretora, Luciana Martinelli.

Caminhando pela área que está isolada do contato dos alunos, é possível encontrar rachaduras largas, água empoçada no chão, e uma parte, inclusive, já começou a afundar. Com uma fissura que racha o prédio de um lado a outro, pode ser que, a qualquer momento, uma parte da estrutura caia, causando um prejuízo ainda maior. Além disso, o piso está desnivelado, com buracos pelos corredores. E em caso de emergência, há apenas uma saída para os estudantes, o que preocupa a equipe administrativa da escola.

O processo para iniciar a obra está em andamento, mas cada avanço acontece de forma lenta. Em março de 2018 foi licitada a empresa para fazer o projeto da obra, que foi entregue em agosto do mesmo ano. O setor de Infraestrutura da Agência de Desenvolvimento Regional de Araranguá, então, entrou em processo de aprovação com os órgãos competentes, na mesma época do período eleitoral, que atrasou ainda mais os trâmites. Com o novo governo, Luciana diz que o processo caminha a passos lentos, e aguarda que o projeto seja retomado. “Esperamos que o governo retome o projeto para liberar a obra e licitar a construtora. Até onde sabemos, o projeto está aprovado e orçado sendo encaminhado à Secretaria do Estado na última semana”, diz.

Luciana ainda relata as situações que os alunos e equipe da escola passam por causa da interdição. “Estamos com quase mil alunos na escola, funcionando em três turnos, com muita correria por causa dos banheiros, que são os que eram dos professores e somam apenas dois, além da parte do lanche, que é feito no Teatro Célia Belizário e trazido para cá diariamente. Imagina quando chove, no turno da manhã, quase 600 alunos lanchando num corredor. Estamos assim há um ano e meio”, conta.

Não há ainda uma expectativa sobre quando a obra pode, finalmente, começar, mas para a diretor, é preciso manter a esperança. “Se não tivermos expectativa positiva, desiste. É um desgaste muito grande para a escola, para o aluno e para nós. É bastante complicado. Mas estamos com esperança de que, com o projeto aprovado, quem sabe o governo olhe para nós. É uma escola que espera por reforma há 10 anos. Não temos indicativo de data, nem nada, só nos resta aguardar”, declara.

De acordo com Jocilon Coelho, responsável pelo setor de Infraestrutura da ADR Araranguá, é possível observar que o processo está caminhando. A má notícia é que não há previsão sobre quando os trabalhos poderão começar. “O projeto já está na Diretoria de Infraestrutura escolar, a Dine, que já fez alguns contatos com relação ao movimento licitatório. A verba da obra deve ser disponibilizada nos próximos meses, mas ainda não temos prazo”, comenta.

Jocilon se diz otimista, já que já há uma movimentação de busca para um novo prédio a ser locado para uso dos alunos enquanto a obra é executada. “Queremos fazer essa obra o mais rápido possível, porque a escola está precisando”, completa.

O valor estimado de custo da reforma e ampliação da escola estadual é R$ 5,5 milhões.

 

Maria Garcia

Outra escola que espera obras há algum tempo é a Maria Garcia Pessi. A reforma e ampliação em um dos blocos começou em 2009, foi paralisada e só recomeçou bem depois.

Algumas salas foram entregues em 2018, já que o prédio onde os alunos estavam durante a obra, também apresentou problemas. O novo prédio deve ser entregue até o fim do mês, mas ainda faltam detalhes a serem feitos no bloco pedagógico e no refeitório da escola. “Acredito que, no mais tardar, em 60 dias, a obra ficará pronta e poderemos marcar a inauguração”, diz Jocilon.

A escola foi interditada em 2015, e o investimento na execução, paga pelo Governo do Estado, é de R$ 4,8 milhões e a previsão inicial de entrega era para novembro de 2018.

Foto: Divulgação