SENADO FAZ VERGONHA NA ELEIÇÃO
Os próprios senadores brincaram por diversas vezes com o nome do novo presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM/AP). Em seu discurso como um dos 6 candidatos ao posto, o senador Esperidião Amin (Progressistas/SC) chagou a chama-lo de Levi. Mas, conhecedor dos acontecimentos narrados pela Bíblia, fez a correção. “Levi era o que guardava o templo, e Davi, o que venceu o gigante”.
O gigante era nada mais nada menos que o ex-presidente do Senado, Renan Calheiros (MDB), que havia recebido a indicação da bancada do partido e suscitado a revolta de Simone Tebet (MDB) – filha do falecido ex-presidente da Casa, Ramez Tebet (MDB), que acabou anunciando voto em Alcolumbre.
Davi venceu outros nomes fortes, além de Renan Calheiros (MDB/AL), bateu o ex-presidente Fernando Collor (PROS/AL), Ângelo Coronel (PSD/BA), Regufe (Sem partido/DF) e Esperidião Amin (PP/SC), que foi govenador de Santa Catarina por 2 vezes, senador em outra, deputado federal e até candidato a presidente da República.
A fatura poderia ter sido liquidada na sexta-feira (1º), mesmo dia da posse, mas o Senado precisava protagonizar mais uma página vergonhosa da história, que acabou parando no Supremo Tribunal Federal.
DEMOCRATAS COMANDA AS DUAS CASAS
Renan Calheiros queria sessão aberta, para poder ‘constranger’ colegas a votar nele. Parte dos deputados queria votação para aberta para constranger Renan e pressionar os colegas.
Por fim, a decisão do STF de manter a votação secreta e em cédulas – embora vários senadores tenham mostrado em quem votaram, foi mesmo o fator primordial para pôr fim a “era Renan”.
Sem medo das retaliações do ex poderoso do Senado, no voto secreto, Alcolumbre fez 42 votos e é novo presidente do Senado (em primeiro turno).
Renan, vendo que perderia, renunciou da disputa e contabilizou apenas 5 votos. Fernando Collor (PROS-AL) fez 3 votos; Reguffe (sem partido-DF), fez 6 votos; Angelo Coronel (PSD-BA) fez 8 votos; e Esperidião Amin (PP-SC), foi o segundo mais votado com 13 votos.
A mão do governo pesou a favor de Alcolombre, que era o nome preferido do ministro chefe da Casa, Onix Lorenzoni (DEM), e, por conseguinte, de Jair Bolsonaro (PSL).
A vitória do DEM no Senado, combinada com a vitória de Rodrigo Maia (DEM/RJ) como presidente da Câmara Baixa, fortalece o partido e o grupo de Lorenzoni. Maia venceu com 334 votos (77 a mais do que precisava) e sonha ainda disputar a presidência. Portanto, não deve ser um aliado 100% fechado com o governo Bolsonaro.
foto – Will Shutter Agência Câmara
ALGUNS APONTAMENTOS SOBRE A ELEIÇÃO
Santa Catarina votou em bloco em Esperidião Amin (Progressistas). A pedido de Jorginho Mello (PR), Dário Berger (MDB) também votou Amin.
Dário Berger (MDB) pode ter pensado em quebrar a suspeita que paira sobre ele quando da votação que elegeu Renan presidente contra o falecido Luiz Henrique da Silveira (MDB).
A leitura que se fazia antes da votação era de que ao votar nos demais 5 candidatos, favorecia Davi Alcolumbre (DEM), que tinha a benção dos Bolsonaro. O presidente Jair Messias ligou antes da eleição para Renan, numa demonstração de que não o quer como adversário, liderando a oposição contra seu governo.
Amin citou o falecido ex governador Nereu Ramos, único senador catarinense a presidir a Casa Legislativa.
JORGINHO COM O PRESIDENTE
O senador Jorginho Mello (PR) foi convidado pelo novo presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, para um coquetel de confraternização após a conturbada eleição. Durante a conversa, Jorginho pediu para que em seu mandato Alcolumbre busque a aprovação de um novo Pacto Federativo para melhor distribuição de recursos.
O senador catarinense citou levantamento da Receita Federal de que a cada R$ 100 enviados para o Governo Federal, Santa Catarina recebe de volta apenas R$ 18,64, enquanto Estados do Norte recebem o triplo do arrecadado.
O senador Jorginho Mello foi escolhido nesta segunda-feira (4) como líder do PR. O anúncio foi realizado, durante a abertura do ano legislativo
Crédito de foto: Bruno Mello
PARA MELLO, SENADO PRECISA RESGATAR CREDIBILIDADE
O senador Jorginho Mello (PR) tomou posse na última sexta-feira (1) e, após as confusões para a eleição do novo presidente do Senado, afirmou que é preciso resgatar a credibilidade da Casa. “Começamos os trabalhos com péssimos exemplos, de roubo de pasta, com inimigos do voto aberto e muita confusão. O Senado sempre foi reconhecido como uma Casa revisora e teremos muito trabalho para resgatar um pouco de toda credibilidade perdida”, exaltou o catarinense.
Para o senador, o primeiro passo para a melhora da imagem do Senado é estar mais conectado com os anseios da população. “A mensagem do povo brasileiro era bem claro, queriam mudança na presidência e que a eleição fosse com voto aberto, mostrando em quem cada senador votou”, comentou Jorginho Mello, que votou em Esperidião Amin (PP) para que Santa Catarina comandasse o Congresso Nacional.
Durante a sessão de posse, o senador também anunciou que vai trabalhar para que o Governo Federal respeite mais Santa Catarina. “Vou continuar trabalhando como sempre trabalhei, com dedicação, com garra e para fazer com que o meu Estado de Santa Catarina seja respeitado pelo Governo Federal”, afirmou.
O Pacto Federativo, que trata da redistribuição de recursos para os Estados e municípios, foi a bandeira de campanha de Jorginho Mello. O senador citou um estudo da Receita Federal em que mostrou que a cada R$ 100 que os catarinenses enviam para Brasília em pagamento de tributos, apenas R$ 18,64 retornam em investimentos ao Estado.
Em comparação, para os sete Estados do Norte houve um retorno de R$ 140 e aos nove nordestinos retornaram R$ 128. O Amapá e o Acre são os Estados que mais tiverem retorno, o triplo do arrecadado.
O senador Jorginho Mello também comentou que vai apoiar os projetos que contribuam para o desenvolvimento do Estado e do País. “Vou ajudar Santa Catarina e o Brasil a fazer as mudanças necessárias”.
GEOVÂNIA: ÚNICA REELEITA DO SUL
Empossada deputada federal para cumprir o segundo mandato, prometo manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.
‘E agradeço, mais uma vez, a confiança depositada em mim para representar o nosso povo catarinense na Câmara Federal. A cadeira que conquistamos na Mesa Diretora da Câmara Federal significa muito. Entre os 513 parlamentares, 11 estarão à frente dos trabalhos da Casa e estar entre eles garante a presença de Santa Catarina em decisões legislativas e administrativas. Agradeço ao Carlos Sampaio, líder da bancada do PSDB, mas, principalmente a Santa Catarina que me oportunizou, pela segunda vez, estar deputada para somarmos esta conquista’, disse.
DANIEL FREITAS NO PRIMEIRO MANDATO
Os deputados federais eleitos para a 56ª legislatura da Câmara dos Deputados foram empossados nesta sexta-feira (1), em sessão no Plenário Ulysses Guimarães. Entre eles, o catarinense Daniel Freitas, eleito com 142.571 votos – maior votação entre os deputados pesselistas e segunda maior do Estado, que dará início ao seu primeiro mandato na Câmara Federal.
A eleição de 2018 trouxe a maior renovação à Câmara desde a democratização. O índice de renovação na Câmara dos Deputados nesta eleição foi de 47,37%, segundo cálculo da Secretaria-Geral da Mesa (SGM). Em números proporcionais, é a maior renovação desde a eleição da Assembleia Constituinte, em 1986.
No Plenário, os 513 eleitos responderam à chamada nominal e fizeram o juramento de “manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil”.
“Foi um momento de grande emoção! Tenho certeza que, junto comigo, tomam posse todos os que acreditam em um Brasil e uma Santa Catarina melhor. É hora de reafirmar os votos confiados a mim e honrar a esperança de cada um”, ressalta o Deputado recém empossado.
Único representante federal do partido de Jair Bolsonaro no Sul do Estado, Daniel Freitas foi votado em 288, dos 295 municípios catarinenses. “Política para mim não é profissão, sempre pautei minha vida pública na coragem, ética e transparência, com o desejo de fazer a diferença e de alguma forma poder contribuir com a população. Acredito que o resultado da eleição foi fruto de muito trabalho e de uma mensagem clara, que chegou a milhares de pessoas que já não acreditavam mais na política, e me viram como a oportunidade de renovação e mudança que o momento em que o País atravessa, tanto precisa”, avalia.
Em agosto do último ano, Daniel Freitas renunciou ao mandato de vereador para concorrer a uma vaga na Câmara Federal.
GUIDI TOMA POSSE
O deputado federal Ricardo Guidi (PSD), terceiro representante do Sul de Santa Catarina na Câmara Federal, também foi empossado. Ainda pesa sobre o mandato a questão da candidatura sub judice de João Rodrigues (PSD), que não foi computada. Se João entra, Ricardo sai.
TEM BASE NO SUL
O deputado federal mais votado por Santa Catarina tomou posse nesta sexta-feira, em Brasília. Hélio Francisco da Costa, 64 anos, dono de 179.307 votos, desembarcou na Capital Federal para se dedicar exclusivamente ao povo Catarinense.
Durante cerimônia de posse o parlamentar falou sobre os desafios à frente do mandato de 4 anos.
“Meu compromisso aqui é com as causas de Santa Catarina como a Segurança Pública, a Saúde, as obras de infraestrutura e o bem-estar do cidadão. Vamos lutar pelo melhor e pelo que deve ser feito na prática”.
Deputado Federal Hélio Costa flagrado na hora do juramento na sessão de posse.
Foto: Divulgação PRB