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Janeiro Branco atrai público ao CAPS

Já é de costume na região que as unidades de saúde se vistam de branco no primeiro mês do ano. Mas a iniciativa tem um motivo bem mais nobre que apenas celebrar o Reveillon. Muita gente acaba acumulando os problemas do ano, deixando a saúde mental de lado e é visando mostrar que este assunto não é brincadeira que as secretarias promovem ações sobre o Janeiro Branco, campanha que surgiu em 2014 e que buscar quebrar tabus e divulgar a cultura do cuidado com a saúde mental.

Em Sombrio, que enfrentou em 2017 uma onda de suicídios, o Centro de Atenção Psicossocial, CAPS, está já há um bom tempo lutando para conscientizar as pessoas de que, assim como o corpo, a mente merece atenção. O resultado disso é uma busca cada vez maior pelo serviço.

A primeira das campanhas foi a Viver Vale a Pena, assim como o Setembro Amarelo, seguido pelo Janeiro Branco, isso só nos últimos dois anos. “Essas campanhas, mais o serviço de porta aberta e o acolhimento de demanda espontânea, foi o ponto chave para diminuirmos esses índices. As pessoas tem um caminho aberto para chegar até aqui, sem necessariamente passar por consultas e encaminhamentos. Essas campanhas são muito valiosas, e nós temos que trabalhar forte pela prevenção”, explica Leonete Pereira, coordenador do CAPS Sombrio.

Segundo ela, tem pacientes que chegam ao local e já são encaminhados ao hospital, porque não tem condições nem de ir para casa. “Atendemos um caso assim nesta semana, em que uma mulher chegou aqui e nós a levamos ao hospital, porque se deixássemos que ela retornasse para casa, poderíamos ter uma morte por suicídio”, relata. É com casos assim que se entende o quanto uma mente doente pode afetar a vida das pessoas.

Leonete ainda diz que cada pessoa que vai até o CAPS tem um problema diferente, e por isso é quase impossível traçar um perfil para os pacientes. “Não há como definir, são muitos motivos. Perda de emprego, luto, um parente preso, são diversos fatores. Tem pacientes que chegam com uma somatória de coisas que já carrega há um bom tempo, somando tudo isso, e quando chega já está em desespero”, comenta.

O primeiro passo do processo para quem chega ao centro é o acolhimento, em que um profissional do CAPS de nível superior, conversa com o visitante e a partir dali, há um direcionamento, montando um projeto terapêutico para ajudar esse paciente. “Assim que ele chega, o profissional disponível verá qual a queixa daquela pessoa e podemos ter um prognóstico sobre como agir”, diz.

A partir daí, cada paciente recebe aquilo que precisa para se libertar do sofrimento e ter mais qualidade de vida, vendo mais cor no que parecia ser cinza. “Temos oficinas de artesanato, consulta com psicólogos, ações diversas”, completa Leonete.

Os atendimentos nos CAPS são sigilosos e quem tiver dúvidas ou queira saber mais do serviço, basta procurar os postos de saúde ou secretarias dos municípios. Saúde mental é coisa séria, e a prevenção é a única saída nestes casos.

Por: Enfoque Popular