No programa Post Notícias desta segunda-feira, dia 14/11, o quadro “Espaço Saúde” recebeu as nutricionistas clínicas do Hospital Regional de Araranguá, Lara Renneberg e Elisangela Silvano, para detalhar o trabalho do setor de Nutrição na unidade.
Estrutura e Atuação da Nutrição Hospitalar
O setor de Nutrição do Hospital Regional de Araranguá conta com quatro profissionais: a Responsável Técnica (Márcia ), a Nutricionista da Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) que cuida da cozinha e do preparo (Jéssica), e duas Nutricionistas Clínicas ( Elisângela e Lara ).
Abrangência: Os nutricionistas clínicos atendem a todos os 154 leitos (114 de média e 40 de alta complexidade, incluindo 20 leitos de UTI Adulto e 20 de UTI Neonatal) do hospital, cobrindo UTI, Infectologia, Clínica Médica, Cirúrgica, Pediatria, Maternidade, Pronto Socorro e Sala Vermelha.
Serviços Oferecidos: Realizam o rastreamento nutricional, acompanhamento do paciente, ajuste de dieta, prescrição de dietas e, quando necessário, preparam cardápios individualizados para pacientes com queixas, alergias ou aversão a determinados alimentos.
Ambulatório: O hospital também oferece atendimento ambulatorial de nutrição para toda a região da Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense (AMESC).
Cuidado Especializado com Pacientes de Sonda e Alto Risco
O foco do atendimento nutricional é individualizado, considerando as comorbidades e o tratamento de cada paciente.
Público Prioritário: O maior público atendido é o de pacientes idosos, que frequentemente apresentam queixas de inapetência, perda de peso e emagrecimento involuntário. O hospital, que é 100% SUS, possui um bom leque de opções de fórmulas e suplementação.
Pacientes com Sonda (Nutrição Enteral): Estes pacientes requerem maior atenção. A avaliação e a visita são diárias , e o ajuste da dieta é feito a cada 3 ou 4 dias, devido ao alto risco de perda de peso e intolerância (vômito, diarreia, distensão abdominal) ao início do tratamento.
Alimentação na Internacional vs. em Casa:
Hospital: A alimentação é contínua, 24 horas, via bomba de infusão.
Pós-Alta: O familiar é orientado com uma pasta detalhada a alimentação do paciente em casa de 3 em 3 horas , descontinuando o fornecido na madrugada para monitorar com a rotina do cuidador.
Suporte Pós-Alta: Para pacientes que recebem alta e permanecem com a sonda, o hospital fornece orientação completa e um documento de solicitação para que o município ofereça o alimento, evitando que a família se preocupe com o gasto ou a forma de compra.
Trabalho Multiprofissional e Humanização
O tratamento nutricional exige comunicação constante com diversas equipes de saúde.
Integração de Equipes: Os nutricionistas trabalham em conjunto com médicos, fisioterapeutas, e principalmente com a equipe de Enfermagem (considerada os “olhos” dos nutricionistas).
Papel da Fonoaudiologia: A Fono é essencial no processo de desmame da sonda (transição para via oral). Após a liberação da Fono, inicie-se uma dieta pastosa, mantendo uma sonda por um tempo para garantir a tolerância, antes de retirá-la definitivamente.
Intolerâncias e Alergias: O hospital segue um manual de dietas e diferenciação dos alimentos para pacientes com intolerância ao glúten ou lactose, geralmente oferecendo produtos prontos e rotulados. O almoço e o jantar tendem a ser naturalmente livres desses ingredientes.
Desmistificando a “Comida de Hospital”
As nutricionistas afirmaram que o conceito de “comida de hospital ser ruim” está sendo desmistificado.
Conforto e Qualidade: O alimento é visto como um conforto para o paciente. A equipe de cozinha passa por treinamentos constantes para oferecer uma alimentação o mais chinesa e próxima do paladar do paciente possível.
Exceções e Humanização: A entrada de alimentos de fora não é autorizada para não prejudicar o quadro clínico. Contudo, as abordagens são abertas em casos específicos (como desejos de pacientes oncológicos ou aversão alimentar em crianças) para atender o pedido e trazer um “conforto afetivo”, desde que a liberação seja especificada no prontuário.
Casos de Sucesso: As nutricionistas contando histórias de pacientes que, através do cuidado nutricional individualizado e da humanização (como liberar um alimento específico para uma criança com seletividade ou para um oncológico), se sentiram mais fortes e se recuperaram bem, expressando grande gratidão. Entrevista completa no link: https://youtube.com/live/d1YJAXEgTnA?feature=share





