No programa Post Notícias desta segunda-feira, dia 10/11, o quadro Enfoque político recebeu o reeleito presidente do Sindicato de Saúde (SINDISAÚDE), Cleber Ricardo Cândido, para discutir o resultado de sua eleição de quarta e os desafios atuais da categoria na região Sul de Santa Catarina.
Cleber Cândido foi reeleito em sua quarta gestão à frente do SINDISAÚDE (não ininterrupta), com uma aprovação expressiva de 96% dos votos e sem chapa de oposição, um sinal, segundo ele, da confiança na gestão focada na prestação de serviços.
Relação com Empresas e o Fim das Greves
O presidente do SINDISAÚDE avaliou que a relação com as empresas de saúde e hospitais é mais tranquila do que no passado, quando eram comuns embates, greves e o atraso de atraso.
Fatores da Estabilidade: A melhoria é atribuída à mudança de gestões, ao reconhecimento e respeito conquistado através de lutas passadas, e à estabilidade nos repasses governamentais.
Gestão de OSs: Cândido lembrou que a chegada de Organizações Sociais (OSs) no começo gerou muitos problemas e que a instabilidade era frequentemente causada por questões políticas, com mudanças de governo que resultavam em atrasos de repasses e, consequentemente, em greves. Ele espera que essa situação não se repita.
Pendências Judiciais: Ainda existem poucas pendências trabalhistas de antigas gestões de hospitais (como a do SPDM), que estão em fase de execução judicial. Em outros casos, como o antigo Hospital de Sombrio (gestão IZEVE), a Justiça retirou o Estado e o município do polo passivo, o que foi aperfeiçoado em trabalhadores ficando sem o pagamento devido.
O Desafio do Piso da Enfermagem
Apesar da maior tranquilidade nas negociações coletivas, a questão do Piso da Enfermagem é o principal problema a ser resolvido.
Impacto do STF: O Supremo Tribunal Federal (STF) desorganizou a Lei do Piso, forçando negociações regionais e determinando que a diferença entre o salário pago e o piso (R$ 4.750 para enfermeiro; R$ 3.325 para técnico) seja complementada pelo Governo Federal, no caso de empresas que atendem mais de 60% via SUS ou filantrópicas.
Estratégia do Sindicato: Para garantir o ganho real e evitar que o reajuste seja abatido do complemento federal (que está congelado), o sindicato está negociando de forma diferente, retirando uma rubrica de reajuste e alocando como abono.
Salários Reais: O trabalho do SINDISAÚDE tem garantido que a evolução na região seja superior ao piso federal: o enfermeiro está ganhando mais de R$ 6 mil e o técnico de enfermagem está em torno de R$ 3.500.
Superando a Reforma Trabalhista e 50 Anos de Luta
O SINDISAÚDE não só sobreviveu à Reforma Trabalhista (2017), que causou dificuldades em muitos sindicatos, como se fortaleceu.
Modelo de Sustentação: A sobrevivência é atribuída à decisão de nunca depender unicamente do imposto sindical. O sindicato é sustentado exclusivamente pelas mensalidades associativas e está vivendo seu melhor momento em número de sócios, tendo ultrapassado a marca de 6 mil associados.
Serviços Oferecidos: Uma boa prestação de serviços é o motor da filiação, incluindo:
Intermediação e negociação de questões individuais;
Corpo jurídico gratuito com mais de seis especialidades (trabalhista, previdenciária, cível, consumidor e criminal);
Convênios e descontos (escolas, academias, saúde);
Atendimento médico gratuito com pediatra, ginecologista, clínico geral, dentista e oftalmologista.
Aniversário: O SINDISAÚDE completou 50 anos em setembro, comemorado com um grande evento na sede recreativa do Arroio do Silva, reunindo mais de 1.400 sócios. A sede recreativa, localizada estrategicamente entre Araranguá e Criciúma, possui salões, piscina e quiosques, sendo muito utilizada pela categoria.
Preocupação com o Hospital Regional
O sindicato está acompanhando de perto a preocupação do diretor do Hospital Regional, Christian Souza, sobre a dificuldade de caixa para o pagamento do 13º salário. A falta de repasse de reajustes contratuais por parte do Governo do Estado pode forçar o IMAS a usar a reserva de caixa, que por contrato deveria cobrir, no mínimo, três meses de despesas.
do Sindicato: Cleber Cândido afirmou que a responsabilidade principal é do IMAS garantir o pagamento, mas espera que o Governo do Estado resolva a questão e obedeça à decisão judicial para que não haja prejuízo ao trabalhador, evitando o risco de greve e o retorno aos problemas do cargo passado Entrevista completa no link: https://youtube.com/live/Q1RLaS_4n8w?feature=share






