O programa Post Notícias desta segunda-feira, dia 13/10 , recebeu no quadro Espaço Saúde a enfermeira Thaise dos Santos Henrique , que atua no Núcleo de Segurança do Paciente do Hospital Regional de Araranguá. Thaise detalhou a função e a importância desse núcleo na assistência hospitalar.
O que faz o Núcleo de Segurança do Paciente?
O Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) é uma estrutura recomendada para todos os estabelecimentos de saúde, funcionando como uma comissão multidisciplinar dentro do hospital. A sua principal função é garantir que a assistência seja prestada da forma mais segura possível.
Orientação Internacional: As atividades do NSP são norteadas pelas Metas Internacionais de Segurança do Paciente, disposições pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2004, e pelos protocolos nacionais criados em 2013.
Abrangência: Os protocolos são aplicados em todos os setores do hospital, da UTI à maternidade e até áreas administrativas, garantindo que todos os colaboradores “falem a mesma língua” e prestem um cuidado padronizado.
Minimização de Falhas: O objetivo do NSP é criar barreiras para minimizar a ocorrência de incidentes e eventos adversos (falhas) na prestação do cuidado, como, por exemplo, prevenir que um paciente entubado perca acidentalmente o tubo.
Os 7 Protocolos de Segurança
Embora a OMS estabeleça seis metas, o Hospital Regional descreveu em sete protocolos básicos que guiam toda a rotina assistencial:
Identificação do Paciente: Garante que o cuidado seja feito no paciente certo (por meio da pulseira, placa de beira-leito, nome completo e dados de nascimento).
Prevenção de Quedas.
Prevenção de Lesões por Pressão (feridas/úlceras na pele).
Cirurgia Segura: Envolva um checklist minucioso para verificar o preparo pré-operatório, se o paciente é o paciente e o local da cirurgia correta, e a concentração de compressas e materiais para evitar que algo fique dentro do paciente.
Segurança na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos: Envolve o médico, a farmácia e a enfermagem. A rotina estimula que o profissional de enfermagem tenha um “olhar atento” e questionador para evitar erros de dosagem, mesmo que a prescrição tenha sido feita pelo médico.
Comunicação Efetiva.
Cultura de Notificação e Envolvimento do Paciente
Thaise destacou a importância de uma cultura aberta de aprendizagem, onde as falhas são vistas como oportunidades de melhoria:
Notificação Voluntária: O NSP estimula que os colaboradores notifiquem (de forma voluntária e confidencial) quando observarem falhas ou incidentes.
Amadurecimento da Cultura: O volume de notificações no hospital cresceu exponencialmente, saindo de uma média de 28 para cerca de 350 notificações por mês . Isso não significa que os erros tenham aumentado, mas sim que a equipe esteja mais consciente e registre-se mais, o que permite ao NSP analisar as causas e implementar melhorias.
Paciente Protagonista: A enfermeira ressaltou que o paciente é incentivado a participar ativamente do seu cuidado. No momento da internação, são entregues pastas com orientações sobre os protocolos, para que o paciente ou acompanhante possa, por exemplo, conferir sua pulseira ou lembrar a equipe de higienizar as mãos antes de um procedimento. Educar o paciente é uma das ações mais estimuladas pela Anvisa e OMS.
Entrevista completa no link: https://youtube.com/live/SxDmSGv7fuU?feature=share