O árbitro Ramon Abatti Abel nasceu em Ermo, mas é radicado em Araranguá. Profissional respeitado e credenciado pela FIFA, teve seu ápice ao apitar a final da Olimpíada de Paris 2024 – Espanha 3 x 2 França. Virou, no entanto, alvo de uma avalanche de ódio após comandar o clássico entre Palmeiras e São Paulo, em outubro de 2025. A atuação dele gerou polêmica, como tantas outras no futebol. Aliás, destaque-se que a arbitragem brasileira está sob forte pressão neste Campeonato Brasileiro de 2025.
No entanto, o debate esportivo ganhou conotações de ódio nas redes sociais e virou verdadeiro linchamento virtual contra Abel — um árbitro jovem e talentoso. Não por acaso já existe o dito popular de que as mães de juízes não podem ser levadas aos estádios, porque são as primeiras a serem lembradas. O problema é que o esporte agora virou palco de uma guerra.
Pessoas ensandecidas, odientas, que costumam se esconder atrás de perfis anônimos, fazem das redes sociais um local para destilar ódio. O principal exemplo é a chamada “terra sem lei” da plataforma X (ex-Twitter), cujo dono insiste que não deve haver regras de uso — contrariando discussões sérias sobre a regulação das mídias, debatidas pelo Governo Federal e pelo STF.
No X, o árbitro Ramon Abatti Abel foi ameaçado de morte, com mensagens cruéis e covardes como: “não pode sair do estádio vivo” ou “tem que ser morto com requintes de crueldade”. Não dá para aceitar esse tipo de uso das redes sociais para disseminar ódio — assim como não se pode tolerar que elas sirvam de palco para mentiras e fake news.
Diante da gravidade, Abel acionou a Justiça para que a empresa de Elon Musk, responsável pela rede social, forneça os dados de dezenas de usuários que o atacaram. A ação, baseada no Marco Civil da Internet e na Constituição, segundo seus advogados, “não quer censura, mas justiça”. Trata-se de um pedido legítimo de proteção à honra e à segurança pessoal do árbitro e de sua família.
Isso não é opinião, é crime. Quem ultrapassa os limites da crítica precisa ser responsabilizado. É preciso deixar claro que as redes sociais não são terra sem lei. Liberdade de expressão não é salvo-conduto para ameaçar vidas. Que a Justiça atue com firmeza. O futebol aceita paixão, mas não violência.
Ramon parte pra cima!
Os advogados Gabriel Nagel Salvador e Katrine Batista da Silva protocolaram uma Ação de Produção Antecipada de Provas com Pedido de Tutela de Urgência contra a empresa X Brasil Internet Ltda., responsável pela plataforma X (antigo Twitter), por condutas que ultrapassaram o direito à crítica e configuraram crimes como ameaça, injúria e difamação.
Como os perfis são anônimos, o autor requer judicialmente os dados cadastrais e os registros de acesso para identificação dos agressores. Requer, liminarmente, que a ré preserve e forneça os dados técnicos dos perfis ofensivos no prazo de 48 horas, sob pena de multa.
Além disso, solicita o sigilo das informações e a proibição de divulgação a terceiros, bem como a condenação da ré ao final. A ação visa à responsabilização civil e penal dos autores das ofensas.
Em seu Instagram, o Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de Santa Catarina (SINAFESC), fez uma nota de repúdio à campanha de ódio contra Ramon Abel Abatti.
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