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Espaço Saúde: Centro Obstétrico do HRA Lida com 160 Partos/Mês e Desafios da Humanização

No quadro Espaço Saúde , do programa Post Notícias desta segunda-feira, dia 06/10 , a Post TV recebeu Michele Alves , coordenadora de enfermagem do Centro Obstétrico (CO) do Hospital Regional de Araranguá (HRA), e Luana Araújo , enfermeira obstétrica do HRA, para um panorama da rotina e dos desafios da maternidade.

O Centro Obstétrico do HRA atende os 15 municípios da região da AMESC e casos de alta complexidade. A rotina é intensa, com uma média de 25 a 30 pacientes por dia e cerca de 160 a 240 partos por mês , incluindo cesáreas e partos normais.

Rotina e Classificação de Risco
A entrada de pacientes no Centro Obstétrico é feita via emergência, onde uma enfermeira obstétrica realiza a classificação de risco (protocolo catarinense) para priorizar a assistência.

Assistência x Burocracia: Luana Araújo foca na assistência, monitorando os sinais pertencentes à mãe e ao coração do bebê (BCFs), além da dinâmica uterina. Michele Alves lida com a parte burocrática.

Parto pela Enfermeira Obstétrica: A enfermeira obstétrica está habilitada para assistir ao parto (chamado de ajato ou sem distócia), mas a equipe conta sempre com dois obstetras de plantão.

O Desafio da Humanização e o Parto Normal
Um dos grandes desafios da equipe é a conscientização das gestantes sobre o parto normal e humanizado. A equipe do HRA busca a mínima intervenção possível, priorizando a entrega da mãe, o uso do chuveiro e da bola.

Humanização: É preciso orientar os pacientes que o trabalho de parto é trabalhoso, cansativo e doloroso , mas não é relacionado com sofrimento . A intervenção médica só é feita quando há sinais de intercorrência, como alteração na frequência cardíaca fetal (taquicardia ou bradicardia).

Prioridade: A prioridade do CO é o trabalho de parto natural , em linha com as campanhas do Ministério da Saúde para reduzir as altas taxas de cesárea.

Conscientização: A coordenadora Michele Alves reforça a importância de um pré-natal bem realizado para que uma gestante chegue ao hospital informada sobre o processo e sobre os benefícios do parto natural para a recuperação da mãe e a saúde do bebê.

Cesárea a Pedido: A cesárea a pedido é um direito em gestações de baixo risco, mas deve ser avaliada. Em casos de alto risco (como pressão alta ou diabetes), a decisão sobre o tipo de parto é da obstetra, que sempre prioriza a segurança da mãe e do bebê, optando por induções em vez de cesáreas para evitar riscos maiores, como sangramentos.

Laqueadura e o Prazo Legal
As enfermeiras esclareceram dúvidas sobre a laqueadura, ressaltando que o procedimento é independente do parto (normal ou cesárea) e não deve ser o motivo para a realização de uma cesárea.

Direito: O direito à laqueadura é garantido a partir do segundo filho.

Prazo Legal: O paciente deve manifestar o desejo de esterilização na Secretaria de Saúde do seu município com, no mínimo, 60 dias de antecedência ao parto. Esse processo garante o consentimento e evita arrependimentos.

Laqueadura Pós-Parto: É possível realizar uma laqueadura peri-umbilical após um parto normal, mas a maioria dos pacientes opta por receber alta e retornar posteriormente via ambulatório.

Acompanhamentos e Lembranças
O Hospital Regional de Araranguá permite acompanhamentos externos, mediante cadastro:

Doulas: O HRA possui um cadastro ativo com cerca de 30 doulas na região. A paciente pode trazer uma doula de sua escolha (serviço particular) para acompanhá-la desde o início da internação até o final, e também no pós-parto na maternidade. A doula passa por um treinamento para seguir as normas de biossegurança do hospital.

Fotógrafos: A presença de fotógrafos também é liberada, mediante cadastro prévio e orientação do CCAH sobre posicionamento na sala para evitar contaminação.

Carimbo da Placenta: As enfermeiras do CO realizam o lindo trabalho de fazer o carimbo da placenta , um registro artístico com informações do nascimento para a mãe guardar de lembrança.

Pós-Parto e Visitas na Maternidade
O acompanhamento da mãe e do bebê continua na maternidade após as primeiras horas no CO, com foco na orientação do puerpério , amamentação e cuidados com o bebê (vacinas, testes e sinais de alerta).

Visitas Abertas: A visita na maternidade, restrita desde a pandemia, foi reaberta no horário das 15h às 16h .

Protocolo: É permitida a entrada de dois visitantes por vez (com possibilidade de intercâmbio) e é essencial que todos usem máscara e evitem a visita em caso de viroses ou doenças respiratórias, devido à vulnerabilidade dos recém-nascidos. Entrevista completa no link: https://youtube.com/live/w8l4hk01Ywo?feature=share