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Agosto Lilás: CREAS de Araranguá reforça ações de combate à violência contra a mulher

No programa Post Notícias dessa quinta-feira dia 21/08, o estúdio recebeu Michele Vitor, coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) de Araranguá. A entrevista abordou a atuação do órgão no acolhimento e proteção de mulheres e crianças em situação de violência, destacando a importância do trabalho em rede e das ações de conscientização.

Acolhimento e Atendimento Multidisciplinar no CREAS

Michele explicou que o atendimento no CREAS pode ser feito tanto por demanda espontânea quanto por encaminhamento de outros órgãos. Vítimas de violência de qualquer tipo (física, psicológica, sexual, patrimonial, ou moral) podem procurar a unidade, onde serão acolhidas por uma equipe multidisciplinar. O objetivo é ouvir a mulher, identificar suas necessidades e elaborar um plano de atendimento para fortalecê-la e ajudá-la a romper o ciclo de violência. O CREAS também recebe casos encaminhados pela DPCAMI, Rede Catarina, Poder Judiciário e unidades de saúde, que atuam de forma coordenada para garantir o melhor atendimento.

A coordenadora enfatizou que o trabalho do CREAS é sigiloso e focado na proteção da vítima, não na investigação do agressor. O órgão atua com o consentimento da mulher, sem tomar qualquer medida que vá contra a sua vontade, garantindo que ela se sinta segura para relatar sua história.

Crianças como Vítimas: O Impacto da Violência Doméstica

Michele Vitor ressaltou que a violência doméstica afeta não apenas a mulher, mas todo o núcleo familiar, especialmente as crianças, que também são vítimas do trauma. O CREAS oferece acolhimento e acompanhamento especializado para os filhos, que muitas vezes apresentam comportamentos agressivos, dificuldades de aprendizado e outros problemas psicológicos decorrentes da exposição à violência.

A coordenadora explicou que a educação e a saúde do município, por meio de equipes multidisciplinares e campanhas de conscientização, têm papel fundamental na identificação de casos. Professores, por exemplo, podem perceber mudanças de comportamento e relatar suspeitas, acionando a rede de proteção. O trabalho da Rede Catarina, que ensina as crianças a usarem o botão do pânico em caso de emergência, foi citado como um exemplo da importância de instruir os menores.

Ações de Conscientização e Parcerias

Para a coordenadora, é fundamental continuar falando sobre a violência contra a mulher. Ela ressaltou a importância de eventos como a palestra da Tenente-Coronel Naíma, responsável pela Rede Catarina, que ocorreu em Araranguá e reforçou a mensagem de que a violência pode atingir mulheres de todas as classes sociais. O evento foi organizado em parceria com a Rede de Atenção a Mulheres Vítimas de Violência, que inclui diversos órgãos de assistência social, saúde e segurança pública, e teve como público-alvo os próprios profissionais da rede.

Ao final da entrevista, Michele reforçou que o CREAS está de portas abertas para receber mulheres que precisam de ajuda, mesmo as que têm receio de fazer uma denúncia formal. O órgão, localizado na Coronel João Fernandes, 649, funciona de segunda a sexta, das 8h às 17h30, sem fechar ao meio-dia. A coordenadora também destacou a parceria essencial com o projeto OAB Por Elas, que integra a rede de proteção e oferece suporte jurídico e apoio psicológico às mulheres.
Entrevista completa no link: https://youtube.com/live/GsYa32ba6KI?feature=share