No programa Post Notícias desta sexta-feira, dia 18 de agosto, a Tenente Coronel Naíma Huk Amarante foi a convidada especial para continuar a pauta do Agosto Lilás. Como coordenadora da Rede Catarina da Polícia Militar de Santa Catarina, ela detalhou o funcionamento do programa de combate à violência doméstica e falou sobre a palestra que realizaria na cidade.
O Guarda-Chuva de Ações da Rede Catarina
A Tenente Coronel Naíma explicou que a Rede Catarina é um programa abrangente que visa combater a violência contra a mulher. Ele se baseia em três pilares principais:
Prevenção: A Rede Catarina realiza palestras em escolas para conscientizar adolescentes e torná-los “protetores do lar”, promovendo encontros em parceria com a OAB, Ministério Público e CRAS/CREA para abordar temas como a Lei Maria da Penha e os impactos psicológicos da violência. O programa também trabalha diretamente com agressores para orientá-los, o que, segundo a Tenente Coronel, tem diminuído a taxa de descumprimento de medidas protetivas.
Repressão: Quando uma mulher aciona o 190, uma guarnição da Polícia Militar é enviada para o local para atender à ocorrência de violência doméstica.
Ações Tecnológicas: A principal ferramenta tecnológica é o Botão do Pânico, disponível no aplicativo da Polícia Militar para mulheres com medida protetiva de urgência. Ao ser acionado, o botão envia um alerta sonoro e visual prioritário para o centro de operações da PM, que imediatamente desloca a viatura mais próxima para o local. A Tenente Coronel revelou que, desde 2017, nenhuma das mulheres tuteladas pela Rede Catarina foi vítima de feminicídio.
Mapeamento e Desafios da Violência
Naíma destacou que Santa Catarina é pioneira e referência nacional, sendo o único estado a cobrir todos os seus municípios com a Rede Catarina. Ela explicou que, ao contrário do que se possa pensar, a alta taxa de denúncias no estado reflete um ambiente de apoio e encorajamento para que as mulheres denunciem, o que não acontece em outros estados onde as vítimas não têm para onde ir.
Segundo a Tenente Coronel, o mapeamento do estado mostra que cidades como Joinville, Chapecó e a região de Lages apresentam os maiores índices de violência doméstica. Ela atribuiu o alto número de casos à coragem das mulheres em denunciar, impulsionada pelo apoio da Rede de Proteção.
A Tenente Coronel Naíma Huk Amarante encerrou a entrevista reforçando a importância de desconstruir o machismo estrutural e convidou o público para a palestra que seria realizada à tarde, no Centro Multiuso de Araranguá, onde ela abordaria a temática da violência doméstica, mitos e a importância da igualdade. A palestra faria parte da Operação Chamar, uma iniciativa nacional que intensifica o combate à violência contra a mulher.
Entrevista completa no link: https://youtube.com/live/X52SBXXfuNI?feature=share