O programa Post Notícias recebeu nesta quarta-feira dia 30/07 o ex-vereador Cabo Louro, representante da Associação de Praças de Santa Catarina (APRASC) no setor jurídico. Em um novo quadro semanal dedicado à entidade, Cabo Louro detalhou as perdas de direitos dos policiais e bombeiros militares da reserva remunerada (RR) e fez duras críticas ao governador Jorginho Mello por promessas não cumpridas.
Diretoria da APRASC e o histórico político
Cabo Louro apresentou a atual diretoria da APRASC, que tem o sargento Clayton de Oliveira (do Balneário Arroio do Silva) como presidente. Completam a diretoria o sargento Sobrinho (vice-presidente), o sargento Cazé, a cabo Rúbia e o sargento Ronaldo (tesoureiro).
O ex-vereador relembrou o histórico de participação política da APRASC, que elegeu diretamente deputados como o sargento Mantelli e o sargento Soares por duas legislaturas cada. Ele destacou que, historicamente, praças que chegam à Assembleia Legislativa ou à Câmara Federal sempre mantêm forte ligação com a atividade policial militar.
Perdas de direitos da reserva remunerada: uma retrospectiva
Cabo Louro fez uma retrospectiva das perdas de direitos que, segundo ele, têm afetado drasticamente a vida dos militares da reserva remunerada. Ele citou a década de 90, quando a assistência médica (IPESC) era um grande atrativo, sem custos e com atendimento de primeira qualidade.
A partir de 2008, no governo Luiz Henrique, iniciou-se o desconto de previdência para o pessoal da reserva, paralelamente à criação do Instituto de Previdência e do SC Saúde. Para Cabo Louro, isso resultou em um sistema de saúde precário, especialmente fora da capital, e um desconto significativo nos vencimentos dos RRs.
Ele lamentou que, no passado, muitos militares se aposentavam como soldados ou, na melhor das hipóteses, como cabos, devido à falta de um plano de carreira. Essa situação se agravou com a retirada da “promoção do grau acima” durante o governo Moisés (2019), que garantia ao militar da reserva uma graduação superior à última ocupada na ativa.
“Uma pessoa com 20 anos vai pagar R$ 500 num plano de saúde. Uma pessoa com 60 vai pagar R$ 2.500. Aí, ele perde o grau acima. Aí, ele tem que pagar previdência. Aí, ele tá com um sistema de saúde obsoleto que não atende ele a contento. Então, é uma carga muito grande em cima dos RRs”, enfatizou Cabo Louro.
Ele diferenciou a situação da reserva daquela da ativa, que hoje conta com um plano de carreira, permitindo que a maioria dos praças chegue, no mínimo, a primeiro sargento.
Críticas ao governador Jorginho Mello
A maior decepção dos militares da reserva, segundo Cabo Louro, vem das promessas não cumpridas pelo atual governador Jorginho Mello durante a campanha eleitoral. O governador, mesmo não tendo sido o responsável pela retirada do grau acima (que ocorreu no governo Moisés), prometeu na televisão e no rádio que trataria os RRs com consideração, que revisaria o desconto do IPREV e que devolveria o grau acima.
Cabo Louro relatou que, em negociações, o governador pediu que os militares abrissem mão do retroativo referente ao período em que o direito foi perdido para que ele cumprisse a promessa. Os militares aceitaram, mas o governador não cumpriu. A situação se agravou quando Jorginho Mello alegou ter sido “induzido ao erro” ou ter recebido “informação truncada”.
“Ele não precisava ir pra um canal de televisão e fazer esse tipo de promessa, ele foi, fez, ele vai ter que arcar com as consequências”, declarou Cabo Louro, apontando que a cobrança virá no próximo período eleitoral.
Futuras conversas e expectativas
A APRASC continua com o canal de negociação aberto com o governo, apesar do “descontentamento diário” dos RRs. Cabo Louro adiantou que nas próximas edições do quadro “Espaço APRASC”, serão abordadas as relações com os governos de Raimundo Colombo e Moisés da Silva.
Ele finalizou agradecendo à Post TV pela oportunidade de levar à sociedade catarinense o que está acontecendo com os militares da reserva. “Nós queremos que isso seja feito, que seja corrigida essa distorção toda e que nós tenhamos uma qualidade de vida que a gente tanto sonhou”, concluiu, ressaltando que a APRASC tem várias propostas para o governo que podem “redimir” a situação e buscar o apoio integral da corporação.
Entrevista completa no link: https://youtube.com/live/BqYMGXM-ftw?feature=share





