O deputado estadual Fabiano da Luz, recém-eleito presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) em Santa Catarina, concedeu entrevista à Post TV nesta terça-feira, abordando os desafios e as estratégias para o novo momento do partido no estado.
Vitório e o perfil de gestão
Fabiano da Luz venceu a disputa pela presidência do PT-SC contra Luciane Carminati por uma diferença de 400 votos, totalizando cerca de 4 mil votos. O deputado avalia que a vitória reflete a busca dos filiados por um perfil mais ponderado e gestor, com maior facilidade de diálogo com outras forças políticas.
“Eu sou mais ponderado, sou mais gestor, de facilidade de diálogo com outras forças, correntes e partidos”, afirmou o deputado, contrastando com o perfil mais combativo de Luciane Carminati. Ele acredita que os filiados optaram por uma liderança que possa “se abrir mais pro diálogo” e construir uma imagem que converse com diversos grupos da sociedade.
A votação, que levou mais de 7.500 filiados às urnas em um domingo chuvoso, mesmo sem obrigatoriedade de voto, demonstrou a força do partido. Fabiano da Luz ressaltou que sua candidatura conseguiu atrair muitos votos dos grupos dos deputados Padre Pedro Baldiceira e Neudi Sareta, especialmente no Oeste do estado, sua base eleitoral.
Estratégias para Aumentar Filiados e Fortalecer o Partido
Atualmente, o PT ocupa a quinta ou sexta posição em número de filiados em Santa Catarina, com aproximadamente 65 mil membros. Fabiano da Luz reconhece que, nos últimos anos, o partido não se dedicou tanto a novas filiações, mas destacou que no último ano o PT foi o partido que mais filiou no estado, indicando um grande potencial de crescimento.
Para expandir a base de filiados, o novo presidente pretende aproveitar o momento favorável do governo federal e a melhora na imagem do presidente Lula. “A imagem do governo Lula vem melhorando, principalmente com relação agora a essa questão do tarifácio, que mostrou quem verdadeiramente é brasileiro”, salientou.
O objetivo é convidar novas pessoas a se filiarem, visando um crescimento expressivo em 2026 para disputar as eleições de igual para igual, aumentar o número de cadeiras na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal, e, principalmente, lutar para que o candidato a governador do PT chegue ao segundo turno em Santa Catarina mais uma vez.
Paridade e diálogo com as bases
Questionado sobre uma publicação da deputada Ana Campaiolo que levantava a questão da representatividade feminina em cargos de liderança, Fabiano da Luz afirmou que a disputa não se deu entre homens e mulheres, mas sim pela capacidade de gestão. Ele destacou sua experiência como prefeito e gestor público, além de sua facilidade de comunicação.
O deputado ressaltou a paridade no PT, com três homens e duas mulheres concorrendo à presidência, e uma mulher chegando ao segundo turno. Ele garantiu que a formação da nova executiva respeitará a proporcionalidade de gênero, juventude e etnia, com a indicação de membros que representem a diversidade do partido.
Em relação ao tratamento com as seccionais municipais, Fabiano da Luz prometeu um diálogo intenso e a não interferência nas decisões locais. “Nós vamos ter muito diálogo com as executivas municipais. Primeiro é a não interferência nas decisões das executivas municipais”, reforçou. A intenção é ouvir as bases e atuar como um presidente estadual próximo dos presidentes municipais.
Olhando para 2026: alianças e candidaturas
Para as eleições de 2026, o PT-SC almeja ampliar o número de deputados estaduais e federais, corrigindo erros do passado que impediram a eleição de mais representantes. Décio Lima é, por ora, o candidato do partido ao governo do estado. Apenas se houver uma mudança nos planos e na coligação, ele poderia concorrer ao Senado.
Fabiano da Luz prevê um maior diálogo com outras correntes políticas, incluindo partidos de centro, o que pode trazer surpresas para o cenário eleitoral catarinense. A estratégia é buscar alianças amplas, a exemplo do governo federal, que conta com a participação de diversos partidos de centro-direita em sua base. A retomada do diálogo com o PDT, que na última eleição teve candidato próprio, também é um dos desafios para o novo presidente.
Entrevista completa no link: https://youtube.com/live/wk2-gcozn0s?feature=share