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Alerta digital: deepfakes e seus perigos na era da inteligência artificial

Robson Silva, policial civil, explica no programa Post Notícias os riscos e as implicações legais das deepfakes, destacando a importância da cautela online e as medidas de proteção contra essa crescente ameaça digital.

No programa Post Notícias desta quarta-feira (21/05), o policial civil Robson Silva abordou um tema cada vez mais relevante no cenário da segurança digital: as deepfakes. Ele explicou o que são essas manipulações digitais, como a inteligência artificial (IA) as potencializa e os diversos tipos de crimes e prejuízos que podem causar.

 

O que são deepfakes e como a IA as potencializa?

Robson Silva definiu deepfakes como “alterações feitas em imagens, em som, seja lá mensagens de áudio, enfim, vídeos, para que tu convença alguém de alguma coisa”. Ele comparou as deepfakes a uma “fake news para o audiovisual”, onde a IA permite modificações profundas e realistas em conteúdos multimídia. “Hoje a inteligência artificial nos possibilita isso, felizmente e infelizmente, porque quando essas alterações são utilizadas para o mal, e elas têm sido muito utilizadas para o mal, elas acabam gerando confusão ou até prejuízo para muita gente”, alertou.

A IA tem impulsionado a criação de deepfakes a um nível de realismo impressionante, tornando difícil para o usuário comum distinguir o que é verdadeiro do que é fabricado. Silva citou um teste online onde ele mesmo teve dificuldade em identificar imagens geradas por IA, mostrando a sofisticação dessas manipulações.

 

Deepfakes como ferramenta para crimes financeiros e extorsão

O policial civil destacou que as deepfakes não são usadas apenas para constrangimento, mas também para aplicar crimes virtuais de cunho financeiro. Ele explicou que golpistas podem replicar a voz de alguém para enganar familiares em golpes como o do “falso familiar”, ou até mesmo criar vídeos falsos para chamadas de vídeo, tornando o golpe ainda mais convincente.

Além disso, Silva alertou sobre o uso de deepfakes em casos de extorsão e “golpes dos nudes”. Criminosos podem pegar fotos de nudez da internet e inserir o rosto da vítima, criando imagens falsas para chantagear. Mesmo que a vítima saiba que a imagem é falsa, a ameaça de exposição pública, que parece muito real para terceiros, pode levar a um grande dano psicológico e financeiro.

 

O desafio da exposição online e a legislação em evolução

Robson Silva chamou a atenção para a exposição excessiva nas redes sociais, que facilita a ação de criminosos que utilizam deepfakes. “Quando eu posto muita foto, muito vídeo na minha rede social e eu deixo muito exposta a minha vida e a minha imagem, eu acabo possibilitando para a pessoa que vai querer utilizar aquela imagem de forma devida, eu dou para ela muitas opções”, explicou.

A boa notícia é que a legislação brasileira está se adaptando para combater essa nova modalidade de crime. Em 2021, o Código Penal incluiu artigos sobre perseguição e violência psicológica contra a mulher. Mais recentemente, em 2025, foi criado um novo parágrafo que aumenta a pena para quem usa inteligência artificial para modificar voz e imagem de mulheres. Há diversos projetos de lei em discussão no Congresso Nacional para endurecer ainda mais a legislação contra o uso de deepfakes, independentemente do gênero ou idade da vítima.

 

Como buscar ajuda e a importância da ação policial

Para as vítimas de deepfakes, Robson Silva enfatizou a importância de procurar a polícia imediatamente. “O primeiro recurso que a vítima tem que procurar, que a pessoa que se sentiu lesada ou ofendida tem que procurar é a polícia”, aconselhou. A polícia possui mecanismos para notificar as plataformas que divulgam o conteúdo falso e tentar identificar o autor.

Embora a identificação do criminoso nem sempre seja simples, é possível. Silva garantiu que a polícia atua de forma efetiva nesses casos, e que a criação e divulgação de deepfakes podem levar à prisão, seja em flagrante ou por determinação judicial futura.

Robson Silva encerrou sua participação reforçando a necessidade de cautela ao compartilhar informações e imagens online, e a importância de buscar as autoridades em caso de qualquer violação. Ele convidou o público a seguir suas redes sociais para mais dicas de segurança digital: @robsonsilva.cyber no Instagram, TikTok e LinkedIn.

Fique atento à segurança digital e continue acompanhando as dicas no Post Notícias.

Entrevista completa no link: https://youtube.com/live/58hrtGECoqw?feature=share