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Entenda os impactos políticos de um acordo entre PSDB e Podemos

Podemos e PSDB irão fazer uma fusão de siglas? Irão mudar o nome de ambos, com um nome diferente dos dois atuais? Ambos irão optar apenas por uma federação, que duraria apenas 4 anos ou 2 ciclos eleitorais? Ou ainda optam por uma incorporação de um ao outro – mantendo o nome Podemos ou o PSDB? Há quem diga que PSDB tem que sair se cena porque ainda é associado à esquerda do espectro político apesar de ser adversário direto do PT desde as eleições de 1994.

O PSDB já tem apenas 1 governador – Eduardo Riedel, de Mato Grosso do Sul, já que o PSD filiou Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Raquel Lyra (Pernambuco).

A decisão impacta também o PSDB em Santa Catarina, que já tem apenas 2 deputados e 1 federal. O Podemos tem 3 estaduais. O partido já teve recentemente governador (Leonel Pavan, hoje PSD), Dalírio Bebber e Paulo Bauer, mas deve perder muitas de suas lideranças.

 

Decisão conjunta

Estas dúvidas, sobre o melhor caminho a seguir, estão na cabeça de ambos os partidos – Podemos e PSDB, e também dos 2 prefeitos do PSDB da região da Amesc (Vale do Araranguá), Everaldo Kekinha dos Santos, de Balneário Gaivota, e Almides Roberg da Rosa, de Santa Rosa do Sul.

Almides Roberg da Rosa

O que está encaminhado é que a decisão será tomada em grupo, e que ainda deve conta com Jucemar Custódio, o Bujão, que é vereador do partido em Sombrio, e uma da principais lideranças tucanas na região.

O grupo está em compasso de espera até dia 5 de junho, quando haverá a reunião nacional do PSDB para definir qual o melhor caminho a ser seguido.

Em 2024, o PSDB elegeu 2 prefeitos, 2 vices e 15 vereadores na Amesc. O Podemos apenas 1 vereador em Morro Grande.

 

Cadeira na Alesc

Everaldo Kekinha dos Santos

O prefeito Everaldo Kekinha ainda aguarda as mudanças para seguir avaliando a possibilidade de ser candidato a deputado estadual. Há convite do Podemos e do Republicanos para esta missão. Caso Kekinha seja candidato pela base Sombrio- Gaivota- Santa Rosa do Sul; Tiago Zilli (MDB) partindo de Turvo/Timbé do Sul; e Evandro Scaini (União Progressista) pela base Arroio do Silva- Araranguá; teríamos candidaturas nas 3 comarcas. Tanto em Balneário Gaivota quanto Balneário Arroio do Silva, para ser candidato a deputado, os prefeitos teriam que renunciar aos cargos para os seus vices, Jonatã Coelho (PL) e Jorge da Celesc (PSD) respectivamente.

A bem da verdade, a Amesc já teve três deputados de 1975 a 1979 – Aristides Bolan (Arena) por Maracajá; Silvio Silva Sobrinho (MDB), por Araranguá; e Martinho Herculano Ghizzo (Arena).

 

Será com o PSD?

Em Balneário Gaivota e Santa Rosa do Sul a tendência é que os prefeitos não vão para o PSD, que era uma possibilidade para a deputada Geovania de Sá (PSDB). Ela tem até início de abril de 2026 para definir sua posição política para disputar as eleições. Porém, em ambos os municípios, o PSD é adversário de ambos os prefeitos e não é um caminho desejado.

Até havia uma inclinação da deputada pelo PSD, mas o partido pode ter muitos candidatos de peso para Câmara Federal nas próximas eleições e ela segurou um pouco mais a definição. Júlio Garcia (PSD), por exemplo, já anunciou que será candidato a federal pelo Sul. Então, Geovania está fazendo contas e vendo onde será o melhor espaço para buscar sua quarta eleição seguida. Em 2022, ficou na suplência e assumiu graças a vitória de Carmem Zanotto (Cidadania), que ficou em primeiro na federação.

 

Será com o Republicanos?

Há dificuldades, mesmo com a proximidade que Geovania tem com o ex prefeito Clésio Salvaro (PSD) e seu grupo político, e o Republicanos aparece como uma possibilidade real. O partido é de centro-direita; tem relação com igrejas evangélicas; porém, é aliado do governador Jorginho Mello (PL), o que ainda não é motivo para distanciamento. No grupo político do PSD há quem defenda que João Rodrigues se una ao projeto do governador para que a reeleição seja praticamente sem disputa.

Sem saber o futuro político, Podemos e PSDB ainda seguem próximos de Mello na Alesc.

 

Os caminhos possíveis

 

1) Fusão: É o que deve acontecer entre Podemos e PSDB. Neste caso, haveria uma troca de nome da siglas, para um outro nome (Moderados, Podemos Mais, ou outro nome), mantendo o 20 ou 45, mudando para 24, para ficar com um número de cada partido, ou ainda um número diferente deste. Outra discussão é sobre como fica o comando da nova sigla em cada estado.

Janela: A fusão com extinção das 2 siglas permite a saída de quem quiser sem risco de perda de mandato, o que pode piorar ainda mais a situação dos tucanos, provocando uma debandada geral.

2) Federação: Podemos 20 e PSDB 45 ficariam juntos por 4 anos, mas esta é uma ideia que não deve prosperar.

Janela: Neste caso, todos os parlamentares teriam que permanecer em suas siglas. Poderiam até trocar entre eles, inverter as siglas, mas não mudar para outros. Poderia ser uma maneira de segurar parlamentares até a janela de 2026 para deputados e 2028 para vereadores.

3) Incorporação: Há quem defenda este modelo, mas aí cria a dificuldade: quem incorpora quem?

Janela: Caso houvesse uma incorporação do PSDB ao Podemos, os políticos do Podemos (extinto) poderiam mudar de sigla, os do PSDB não. Em caso de incorporação do Podemos ao PSDB (extinto), o impacto seria mais profundo, já que os tucanos poderiam ficar livres para mudar de sigla. Por exemplo, neste caso, Geovania de Sá poderia sair do partido para outro. Quem está no Podemos não poderia mudar de sigla sem correr risco de perda de mandato.